Entenda o que é a Hemofilia

Entenda o que é a Hemofilia

Entenda o que é a Hemofilia, uma doença genética e hereditária, provocada por um defeito da coagulação do sangue, originando em sangramento.


No dia 17 de abril é comemorado o Dia Mundial da Hemofilia, a data promove a conscientização sobre distúrbios hemorrágicos hereditários, informar sobre a importância dos cuidados necessários, além de unir a comunidade relacionada às doenças hemorrágicas.


Depois de uma lesão, o organismo depende da coagulação do sangue para parar o sangramento. A coagulação normal evita equimoses (manchas roxas) e o sangramento dentro das articulações e músculos, que poderiam resultar em pequenas lesões. Isso depende dos elementos do sangue, chamados de fatores de coagulação. Quando não há quantidade suficiente de um desses fatores, pode ocorrer um sangramento excessivo. A pessoa que tem Hemofilia possui menor quantidade ou ausência de alguns fatores de coagulação.


A mutação que causa essa enfermidade acontece no cromossomo X e é transmitida por uma mulher portadora do gene ou por um homem hemofílico. Geralmente, o público feminino não desenvolve a doença, fazendo com que ela acometa quase eu exclusivamente os homens. Segundo o Ministério da Saúde, das doenças genéticas, a Hemofilia tem a maior taxa das mutações – são aproximadamente 1/3 de novos casos em famílias, sem registro anterior. Ocorre um caso a cada 10 mil habitantes.


Existem dois tipos mais comuns da doença: tipo A, conhecida como Clássica e ocorre por deficiência do Fator VII (FVII). A Hemofilia B, chamada de Fator Christmas, acontece em função de uma deficiência do Fator IX (FIX). A Hemofilia também é classificada de acordo com a quantidade de fator deficitário: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve (acima de 5%).


A doença pode ser classificada, ainda, segundo a quantidade do fator deficitário, em três categorias: grave (fator menor que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve (acima de 5%). Neste caso, pode acontecer da enfermidade passar despercebida até a idade adulta.


Os primeiros sintomas podem aparecer logo no primeiro ano de vida do paciente, com o aparecimento de equimoses, que se tornam mais evidentes quando a criança está aprendendo a andar. Além das manchas roxas, outros sinais podem ser percebidos: hematomas, episódios hemorrágicos nos músculos e articulações, além de dor intensa causada por pequeno traumatismo.


Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações de traumas, extração de dentes e cirurgias. Nesses casos, a doença pode passar despercebida até a fase adulta.


Nos casos moderados e graves, os sangramentos acontecem com maior frequência e de forma espontânea. Os principais sintomas são aumento da temperatura, dores fortes e restrição de movimento. As lesões ósseas são consequências do desgaste das cartilagens, causadas por hemorragia intramusculares e intra-articulares. As articulações mais afetadas são cotovelo, joelho e tornozelo. O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VII e IX de coagulação sanguínea, além dos sinais clínicos. O tratamento da hemofilia evoluiu muito e atualmente, consiste na reposição do fator anti-hemofílico. Os pacientes com hemofilia A recebem a molécula do fator VIII, já os pacientes com hemofilia B, a molécula do fator IX.


O tratamento precoce é muito importante, porque as sequelas deixadas pelos sangramentos serão menores. O paciente hemofílico e seus familiares devem ser treinados para fazer a aplicação do fator em casa.


Algumas recomendações são válidas:

• Os pais devem prestar atenção se os bebês apresentam manchas roxas, pois pode ser um sinal de alerta para Hemofilia;

• Se a criança apresenta sangramentos frequentes e desproporcionais, os pais devem procurar um médico;

• É fundamental que os pacientes com Hemofilia tenham uma prática regular de exercícios físicos, com o objetivo de fortalecer a musculatura;

• Em casos de sangramento, os pacientes diagnosticados devem procurar um tratamento o mais depressa possível, para receber a terapia mais indicada, evitando sequelas nos músculos e articulações.




Dra. Youko Nukui.
Conheça as principais doenças do sangue

Conheça as principais doenças no sangue

O sangue é um tecido vivo, produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, costelas, quadril, crânio e esterno. Ele circula pelo corpo levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos. O plasma, parte líquida do sangue, é composto por 90% água, proteína e sais, representa aproximadamente 55% do volume de sangue circulante no corpo. Por meio do sangue, são levadas para nosso organismo as substâncias necessárias à manutenção da vida nas células, como: proteínas, enzimas, hormônios, fatores de coagulação, imunoglobulina e albumina.


As hemácias, que também podem ser conhecidas como glóbulos vermelhos, receberam esse nome por conta do alto nível de hemoglobina, que por sua vez, é uma proteína que contém ferro e é predominantemente vermelha. A hemoglobina possibilita que as hemácias transportem oxigênio a todas as células do corpo e transportam o dióxido de carbono, que é produzido pelo organismo.


Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, ajudam na defesa do organismo e são acionados em casos de infecções. Elas atuam nos tecidos com objetivo de destruir os agressores, como vírus e bactérias.


Compondo o sangue, também temos as plaquetas, que são pequenas células que participam no processo de coagulação sanguínea, agindo diretamente nas hemorragias.


Por ser de extrema importância e possuir diversas funções no organismo, é comum que o sangue esteja sujeito a vários tipos de doenças, que na maioria dos casos, levam ao comprometimento da produção de seus componentes. Algumas podem ser tratadas com facilidade, porém, há doenças no sangue que podem ser fatais.


Os problemas relacionados ao sangue podem afetar qualquer uma das partes, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas e até o próprio plasma.


Existe diversos fatores causadores de doenças no sangue, sejam hereditários ou adquiridos. Conheça as principais doenças no sangue:


Tromboses venosas e arteriais:
A Trombose acontece quando há formação de um coágulo na circulação, resultando na obstrução do fluxo de sangue. As Tromboses podem ser venosas ou arteriais, de acordo com a parte da circulação que atingem. As arteriais representam a principal causa de morte no Brasil e no mundo.


Já as Tromboses Venosas, compreendem a Trombose Venosa Profunda (TVP) e o Tromboembolismo Pulmonar (TEP). Embora menos frequentes que as tromboses arteriais, estas duas condições também representam importantes causas de morbidade e mais raramente, mortalidade.


Leucemia:
A Leucemia é uma doença maligna que atinge os glóbulos brancos, na maioria dos casos, surge de origem desconhecida. Sua principal característica é o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.


Nesta doença, uma célula sanguínea que não atingiu a maturidade sofre uma espécie de mutação genética, que a transforma em uma célula cancerosa. Com isso, essa célula anormal não trabalha de maneira correta, se multiplicando mais rapidamente e morrendo menos do que as células normais. Dessa forma, as células anormais cancerosas.


Existem mais de 12 tipos de Leucemia, sendo as quatro primários são Leucemia Mielóide Aguda (LMC), Leucemia Linfocítica Agua (LLA) e Leucemia Linfocítica Crônica (CLL).


Anemia:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a Anemia como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal, como resultado da falta de um ou mais nutrientes essenciais. Porém, a Anemia causada por deficiência de ferro, denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que as demais - estima-se que 90% das Anemias são causadas por carência de ferro.


Doenças Hemorrágicas:
Esse tipo de doença tem como característica o sangramento excessivo, que pode ser espontâneo ou associado a algum trauma ou cirurgia. Pode acontecer na pele (equimoses e hematomas) ou atingir órgãos internos (sangramento intestinal, urinário ou uterino).


O tratamento para doenças no sangue precisa ser prescrito por um médico especialista. Para cada quadro clínico, existe o seu tratamento adequado. É necessário avaliar, por exemplo, o tipo de doença e grau da evolução. Por exemplo, em casos de câncer, são utilizadas como tratamento a quimioterapia citotóxica, imunoterapia, radioterapia e, em casos específicos, a cirurgia.







Dra. Youko Nukui.

Dezembro Laranja: Sua pele merece atenção!

Dezembro Laranja é uma campanha desenvolvida para alertar a população sobre a necessidade de cuidar da pele. O câncer de pele não melanoma é o mais comum no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados 176.930 novos casos no Brasil em 2020.


O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele, essas células se dispõem em camadas e conforme são afetadas, desenvolvem diferentes tipos de câncer.


Carcinoma Basocelular (CBC): É o tipo mais comum de câncer de pele. A doença surge nas áreas do corpo mais expostas ao sol, nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme.


Carcinoma Espinocelular (CEC): Se desenvolve em todas as partes do corpo, mas é mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele, nessas regiões, normalmente apresenta sinais de sano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. Além disso, a doença é mais comum em homens.


Melanoma: O melanoma tem a menor incidência na população. Contudo, seu desenvolvido é o mais grave. A doença pode surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, geralmente tem a aparência de uma pinta ou de um sinal de pele em tons acastanhados que podem sofrer alterações na cor, formato ou tamanho, além de causar sangramento. Apesar de ser o tipo mais grave, tem chance de até 90% de cura quando diagnosticado precocemente. A melanoma, no princípio, se desenvolve na camada mais superficial da pele, facilitando a remoção cirúrgica e a cura.


Os sintomas mais comuns do câncer de pele são o aparecimento de manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram com feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Controlar os fatores de risco é fundamental, por isso, evitar exposição prolongada ao sol, principalmente entre às 10h a 16h. Utilizar proteção adequada quando houver exposição rolar, como boné, roupas e protetor solar são as melhores formas de prevenção.


Cuide-se! Proteja sua pele!







Dra. Natália Zorzenon

Fazer exercícios físicos é um ato de amor próprio: Como começar a praticar?

A rotina estressante, sedentarismo e uma alimentação não equilibrada podem ser nocivas à saúde. Por isso, é importante cultivar hábitos de vida saudáveis por meio de uma alimentação balanceada, atividades de lazer e relaxantes, como hobbies e meditação, além de uma rotina de exercícios físicos.

Hábitos de vida saudáveis são aliados importantes para promoção da saúde e para prevenção de doenças, podendo, por exemplo, contribuir em diminuir o risco de desenvolvimento de algumas doenças como, obesidade e doenças cardiovasculares.

Fisicamente, manter uma rotina regular de exercícios físicos pode melhorar a circulação sanguínea, ajudar a controlar a pressão arterial e o peso, mantendo o organismo saudável e capaz de tolerar, sem fadiga, as demandas físicas que fazem parte do cotidiano. Exercitar-se possui outros importantes benefícios como, por exemplo, melhorar bem-estar e autoestima, diminuir estresse e aumentar desempenho, produtividade e concentração para realizar diferentes atividades.

Como começar?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para indivíduos saudáveis a recomendação é de, no mínimo, 150 minutos de atividade física por semana para adultos e 300 minutos para crianças e adolescentes. Recomenda-se uma rotina de exercícios aeróbicos, de três a cinco vezes na semana, com duração de 30 a 60 minutos. Exercícios como caminhada, corrida, natação, ciclismo, patinação e dança são ótimas opções para diferentes idades.

Mas lembre-se é importante o acompanhamento e orientações de profissionais, como o médico e educador físico.
A verdadeira beleza está em um corpo e mente saudáveis!

Por Dr. Andrea Bottoni é médico nutrólogo, coordenador da equipe de nutrologia do Hospital IGESP e supervisor do programa de residência médica em nutrologia do Hospital. 

Menopausa e sexualidade na terceira idade

A menopausa é uma fase vivenciada por grande parte das mulheres a partir dos 45 anos de idade, em média, e, mesmo com todos os avanços da medicina voltados para amenizar tanto seus sintomas típicos, quanto o aumento da expectativa de vida de maneira geral, muitas mulheres ainda temem sua chegada, seja pelo desconforto causado pela queda hormonal, ou pelo tabu que ainda envolve o sexo na terceira idade. Mas para que todos esses pontos sejam superados e a sexualidade seja vista como deve ser, principalmente sob o olhar da saúde e qualidade de vida, é preciso entender os fatores envolvidos e os pontos que merecem atenção. 

Ao entrar na menopausa, os principais sintomas observados nas mulheres são a cessação total da menstruação e da função ovariana, perda da libido, sudorese noturna e presença dos “fogachos” – palpitações, sensação de mal-estar, sensação de onda de calor e ardência na face. Isso acontece em função da diminuição da produção de hormônios femininos, que podem ocasionar mudanças no desejo sexual e na maneira de enxergar a própria sexualidade. A menopausa é o período de mais de um ano sem menstruar, mas os sintomas incômodos podem surgir mesmo antes, período chamado de climatério, quando já há diminuição hormonal, mas a menstruação ainda ocorre de forma mais escassa e irregular. 

A falta de lubrificação é um dos fatores mais relevantes, mas que pode ser resolvida a partir de uma abordagem e estimulação diferente do parceiro, o uso de estrógenos tópicos vaginais, ou ainda, muito comum na maioria dos casos, a partir da reposição hormonal. Embora algumas mulheres não se sintam bem com a reposição, hoje ela pode ser feita de diversas formas. O ideal é chegar, com a ajuda de seu ginecologista, à alternativa ideal, de forma personalizada. 

O fato é que a sexualidade deve ser trabalhada em todas as fases da vida e, com a maturidade, a qualidade tende a melhorar, dependendo, é claro, de como o tema foi tratado ao longo de sua vida. Conhecer o próprio corpo traz autoconfiança e uma vida sexual ativa interfere diretamente na saúde emocional, além de ativar a imunidade e trazer benefícios para a saúde física e o bem-estar. 

Para tanto, outras questões não podem ser negligenciadas. Além dos cuidados básicos com a saúde em geral, como alimentação saudável, uma rotina de exercícios e o controle de doenças crônicas, o sexo na terceira idade envolve as mesmas questões da juventude quando falamos de doenças sexualmente transmissíveis. De acordo com os dados do Boletim Epidemológico HIV/Aids de 2018, do Ministério da Saúde, o número de casos de HIV entre pessoas acima dos 60 anos aumentou 81% entre 2006 e 2017, sendo que as taxas aumentaram tanto para homens quanto para mulheres. Portanto, para desfrutar dos benefícios que o período pode trazer, a prevenção é ainda o melhor caminho.  

*Por Dra. Karine Armond Bittencourt de Castro é médica geriatra do Trasmontano Saúde.

Febre do Mayaro: Novo vírus transmitido pelo Aedes Aegypti

A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa causada pelo vírus MAYV, transmitido inicialmente pelo mosquito silvestre Haemagogus. O primeiro caso foi identificado nos anos 50, em Trinidad, no Caribe, e pouco tempo depois já acometia algumas pessoas na região norte do Brasil. Porém, recentemente, com o aparecimento de diversos casos em outras regiões e estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, levantou-se um alerta sobre o risco de epidemia, principalmente por haver indícios de que ele possa ser transmitido pelo Aedes Aegypti também, uma vez que o mosquito já é o vetor urbano de outras arboviroses – vírus transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos - como a Dengue, o Zika Vírus e a Febre Chikungunya.

De acordo com relatos médicos, após a observação de alguns pacientes, é possível que o Mayaro esteja há mais tempo em circulação, sendo seu quadro clínico muito semelhante ao da Chikungunya e ambos os vírus pertencem à família Togavirus e ao gênero Alfavirus, diferenciando-se apenas pela espécie. O vírus Mayaro apresenta ainda duas variações: subtipo D, presente no Brasil, Trinidad, Guiana Francesa, Suriname e Peru; e subtipo L, presente no norte do Brasil.

Devido à similaridade de sintomas com as outras doenças, como Dengue, Febre Amarela e, principalmente, Chikungunya, a única forma de diagnosticar a Febre do Mayaro é por meio de exames laboratoriais. Os principais sintomas apresentados são: febre alta de início imediato e inespecífica, dores intensas e nas articulações, que podem persistir por meses, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo, intolerância à luz e náuseas.

Quanto ao ciclo de transmissão, a Febre do Mayaro apresenta uma evolução muito parecida com a Febre Amarela. Um mosquito com o vírus infecta um macaco ou humano, que uma vez infectado torna-se hospedeiro e pode contribuir para a disseminação da doença, caso outro mosquito o pique. Vale lembrar que somente a fêmea do mosquito faz parte desse processo, pois o macho alimenta-se de néctar e seiva de plantas.

Assim como as outras viroses transmitidas pelo Aedes Aegypti, até o momento não há tratamento, então recomenda-se apenas repouso, hidratação e ingestão de alimentos saudáveis. Qualquer medicamento para alívio dos sintomas deve ser indicado pelo médico que diagnosticar a doença, mas em todos os casos as aspirinas são drogas contraindicadas. A prevenção da picada de mosquitos infectados continua sendo o melhor remédio. Ao transitar por áreas silvestres, proteja-se. O uso constante de repelentes – Icaridina, DEET e IR 3535, recomendados pela Organização Mundial da Saúde - e roupas compridas são também fatores de proteção, pois o ideal é reduzir ao máximo a exposição do corpo.

A grande pergunta que fica é: Como um mosquito pode transmitir tantas doenças? O Aedes Aegypti é um inseto adaptável e muito próximo do ser humano. Para se ter uma ideia, ele surgiu na África e chegou aqui na época da colonização. Com o passar do tempo adaptou-se ao ambiente urbano, pois há muitos locais para se proliferar. Além disso, é um mosquito flexível em termos de nutrição, visto que se alimenta a qualquer hora e não apenas no período noturno como outras espécies. Ele é resistente e oportunista, portanto, é muito difícil erradicá-lo. Com isso, os vírus sofrem mutações e adaptam-se ao Aedes também.

É importante lembrar que embora seja praticamente impossível acabar com o mosquito, a consciência de cada um pode ajudar a aumentar o controle sobre os focos de disseminação da espécie, com medidas simples como não deixar vasos ou outros recipientes com água acumulada, fazer a limpeza constante de terrenos e caixas d’água, armazenar pneus e garrafas em locais protegidos da chuva, entre outros.

*Por Dr. Marcos Antônio Cyrillo, é diretor clínico e infectologista do Hospital IGESP

Sarampo: Mitos sobre a vacinação reativam doença extinta

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito grave e altamente contagiosa. Considerada comum por muitas pessoas, embora não seja, apresenta sintomas como febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal, e ainda, alguns casos podem evoluir para infecções respiratórias e neurológicas. Erradicada no Brasil em 2016, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o registro de casos da doença voltaram a alarmar a comunidade médica.

Ainda não se sabe ao certo como a doença retornou ao país, mas alguns indícios apontam o caminho utilizado pelo vírus para voltar a vitimar a população. Segundo o Ministério da Saúde, o aumento súbito de casos registrados em Roraima e Amazonas, por exemplo, deram-se em função da crise venezuelana e a migração compulsória para os estados de fronteira. Mediante a situação precária da Venezuela, com um sistema de saúde sem recursos, a falta de vacinas oferecidas pelo governo propiciou o surto de sarampo, que veio na bagagem dos refugiados.

Este fato levanta o alerta para um outro caminho, uma vez que casos de sarampo foram também registrados, ainda que em menor número, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em função de alguns mitos sobre vacinação difundidos, principalmente nas redes sociais, alguns pais e responsáveis deixaram de vacinar seus filhos, alegando malefícios causados pelas vacinas e principalmente porque as doenças, entre elas o sarampo, estavam erradicadas. Contudo, o que não se deram conta é que as doenças estavam banidas ou pelo menos controladas, justamente pelo amplo programa de vacinação desenvolvido pelo Governo Federal e complementado, em alguns casos, pela rede privada. Em virtude do alto poder de contágio, os casos de sarampo voltaram a aparecer, já que a vacinação é o único meio eficaz de evitar a doença.

Entre os mitos difundidos sobre a vacinação estão o desenvolvimento de autismo e a presença de substâncias perigosas nas fórmulas, ambos refutados por estudos profundos sobre o assunto. A polêmica do autismo aconteceu em função de um artigo publicado pelo cirurgião britânico Andrew Wakefield, onde o mesmo argumentava que a aplicação da vacina tríplice viral estava relacionada ao aumento de casos de autismo. Mesmo desmitificada, a tese ainda circula entre as falsas notícias.

Quanto a presença de substâncias perigosas nas fórmulas, o que tem assustado alguns pais é o uso de formaldeídos, mercúrio e alumínio na produção das vacinas. Porém, as quantidades são baixas e incapazes de prejudicar a saúde. Outra preocupação muito comum é de que as vacinas funcionem como meios de inocular vírus e bactérias causadores de doenças. E mais uma vez a suposição cai por terra, pois a indústria farmacêutica usa versões modificadas dos microrganismos para que, na verdade, o organismo esteja preparado para reagir quando em contato com o agente patogênico.

Em todos os casos, a informação é a melhor forma de caminharmos para a prevenção. As vacinas estão cada vez mais evoluídas, embora a eficácia não atinja o percentual máximo, é possível chegar muito próximo, entre em 90 e 95% de imunização. As pesquisas para aperfeiçoamento das fórmulas estão cada vez mais avançadas, inclusive para reduzir as reações que podem ocorrer, como febre e dor no local em que foi injetada a vacina.

Deve-se avaliar, ainda, que essas reações são mínimas quando comparadas com as doenças de fato. Além dos sintomas muito mais graves, o sarampo pode gerar complicações e consequentemente sequelas como a diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode levar à morte.

*Por Dr. Marcos Antônio Cyrillo, é diretor clínico e infectologista do Hospital IGESP

Sono é essencial para ter um organismo saudável e em perfeito funcionamento

De acordo com uma pesquisa global sobre o sono divulgada pela Royal Philips, líder global em tecnologia de saúde, em março de 2019, cerca de 69% dos adultos no Brasil acreditam que o sono tem um impacto importante na saúde e no bem-estar. Além disso, a pesquisa informou que 36% dos brasileiros têm insônia recorrente e 52% dos entrevistados reportaram que dormem mais durante os fins de semana para repor o sono perdido.

Além de renovar as energias do corpo, o sono também traz outros benefícios para o organismo. Ele é um belo aliado no combate à depressão e redução do estresse, já que durante o período de descanso o corpo diminui a produção de cortisol e adrenalina. Também ajuda a regular os hormônios que controlam o apetite, ou seja, quando um indivíduo não tem um boa noite de sono, estes hormônios tendem a ficar desregulados aumentando assim o desejo por alimentos que são ricos em calorias e gorduras.

Outro fator fundamental em que uma noite bem dormida pode ajudar é com relação a diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, já que dormir pouco descontrola a produção de hormônios e aumenta as chances de se ter colesterol alto, o que pode acarretar em derrames cerebrais e também problemas cardiovasculares. O sono é responsável pela melhora do humor, fortalece e ativa a memória, estimulando o raciocínio, além de rejuvenescer a pele, já que no período da noite, as células se renovam e há a produção de melatonina, que atua na prevenção do envelhecimento.

Mas, será que é possível repor as horas de sono perdidas? De acordo com um estudo realizado na Pensilvânia e publicado no American Physiological Society, o hábito de dormir muitas horas para recuperar o sono perdido não traz benefícios para o organismo. O tempo de sono varia muito e vai de acordo com a idade. Por exemplo, para os recém-nascidos, é recomendado de 12 a 18 horas de sono por dia; para o os bebês de quatro a 11 meses, o ideal é de 12 a 15 horas; e conforme a idade aumenta, a necessidade de sono diminui. Crianças de um a cinco anos tem a necessidade de dormir de 10 a 14 horas; o tempo para os de seis a 13 anos cai para nove a 11 horas; os adolescentes dos 14 aos 17 precisam de oito a nove horas de sono por noite; para adultos entre 18 e 64 anos, a recomendação é de oito a nove horas e acima de 64, o ideal passa a ser de sete a oitos horas de descanso por noite.

A falta de sono pode acarretar em distúrbios como a já conhecida insônia; apneia obstrutiva, onde há a obstrução das vias aéreas que leva a uma parada da respiração, que dura em média 20 segundos; síndrome das pernas inquietas; ronco; sonolência excessiva ao longo do dia; bruxismo, que é o ato inconsciente de ranger ou apertar os dentes; narcolepsia, que é caracterizado pelo sono incontrolável no qual o indivíduo dorme a qualquer momento e em qualquer lugar; paralisia do sono, que faz com que a pessoa não se mova ou fale logo após acordar; e até sonambulismo.

Para obter todos os benefícios do sono, é preciso manter uma rotina de dormir e acordar no mesmo horário, apostar em refeições leves antes de dormir, praticar exercícios físicos, evitar tomar bebidas que contenham cafeína depois das 17 horas, desligar qualquer aparelho eletrônico, manter um ambiente confortável e agradável, de preferência com todas as luzes apagadas. Durma bem, para ficar bem!

*Por Dr. Paulo Takeshi Nakano, é neurologista e clínico geral, responsável pelo setor de Neurologia do Hospital IGESP.

Gripe ou Resfriado?

Gripes e resfriados são doenças muito comuns do outono/inverno e apresentam sintomas bastante semelhantes, por isso as pessoas acham que são sinônimos, mas não são.



Conheça as diferenças de cada uma delas e previna-se para curtir as estações com mais conforto e tranquilidade:

- Gripe: é uma infecção mais forte, de início súbito, causada pelo vírus Influenza, dura mais tempo e costuma ter maior taxa de complicações. Os sintomas são: calafrios, febre, tosse, dor de garganta, mal-estar corporal e dores musculares.

- Resfriado: possui início gradual e recuperação mais rápida, raramente causa complicações e é causado por outros vírus. Os sintomas são mais centralizados no nariz e garganta como coriza, tosse e congestão nasal.

Como preveni-las? Evite ficar em ambientes com pouca circulação de ar e muita gente, mantenha a carteira de vacina atualizada e cuide da alimentação e higiene. Sua saúde vem sempre em primeiro lugar.

Dengue: aumento de 264% de casos nas 11 primeiras semanas de 2019

De acordo com um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, houve um aumento, nas 11 primeiras semanas de 2019, de 264% de casos de dengue no Brasil, o equivalente a 229.064 ocorrências, se comparado ao mesmo período em 2018, que contou com cerca de 62.900 infectados.

O contagio é feito pela picada do mosquito adulto Aedes Aegypti, conhecido também por transmitir a zika, a chikungunya e a febre amarela. A melhor maneira de acabar com a doença é exterminar o local dos criadouros. De acordo com o Ministério da Saúde, 80% deles são encontrados nos quintais ou dentro das casas. O que muita gente não sabe é que a larva do mosquito pode se desenvolver em água limpa ou suja, basta estar parada.

Fique atento ao menor sinal dos seguintes sintomas: dores musculares, atrás dos olhos, costas, abdômen, ossos, dor forte das articulações, febre alta, fadiga, perda de apetite, tremor, suor, além de dores de cabeça, manchas avermelhadas e náuseas. Para indivíduos que são infectados pela segunda vez, a doença pode se tornar mais grave, apresentando hemorragia intensa, que pode ser fatal. Portanto, nunca tome remédio por conta própria. Procure sempre um médico que deverá realizar o diagnóstico, que normalmente requer exames de imagem e laboratoriais. O tratamento para a dengue é realizado com analgésicos específicos e em casos mais graves é necessária internação hospitalar.

Além disso, existem inúmeras informações sobre o mosquito e o que precisamos ressaltar é que:

* Os ovos sobrevivem por até um ano, onde foram depositados, mesmos sem contato com a água;

* A fêmea do mosquito consegue botar de 150 a 200 ovos de uma só vez;

* Apenas a fêmea é que transmite a dengue;

* O horário de maior atividade do mosquito é no começo da manhã e fim da tarde;

* A incidência de picadas é no período do verão, porém deve-se ter cuidado o ano todo, já que o mosquito gosta de qualquer lugar quente e húmido.

Já existem no mercado alguns repelentes com substâncias como DEET, icaridina e picaridina que são eficazes contra a picada do mosquito. Mas, somente os cuidados com o ambiente podem diminuir e até acabar com a doença. Por isso, algumas medidas devem ser tomadas, como manter tampado qualquer tipo de recipiente que possa acumular água, remover galhos e folhas que possam formar poças d´água, encher com areia os pratinhos dos vasos de flores e plantas, manter sempre garrafas, latas e baldes com a boca para baixo, armazenar pneus longe da chuva, entre outros.

Tire suas dúvidas e veja dicas de como se prevenir contra o mosquito da dengue.
Em entrevista ao programa Domingão do Faustão, o Dr. Marco Antônio Cyrillo, médico infectologista do Hospital IGESP, fala sobre a doença clique aqui e assista!