Declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2020, a COVID-19, doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2 (acute respiratory syndrome coronavirus 2, em inglês), descrita pela primeira vez no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, rapidamente se propagou pelo mundo, e vem representando uma ameaça à saúde global.
Em 2 de fevereiro de 2022, a OMS reportou a soma global de 380.321.615 casos confirmados de COVID-19 em todo o mundo, com 5.680.741 óbitos pela doença, desde o início da pandemia. Esses dados refletem o período entre 24 a 25 meses de doença.
Apesar da maioria dos infectados apresentarem sintomas leves, ou até mesmo serem assintomáticos, algumas pessoas desenvolvem quadros clínicos graves, necessitando de hospitalização e podendo evoluir a óbito. No caso dos pacientes com câncer, desde o início da pandemia, as autoridades internacionais da área da saúde os classificaram no grupo de risco para evolução clínica grave e potencial risco de vida.
Incidência mundial de câncer em 2022
De acordo com uma análise feita pela OMS sobre a incidência mundial de câncer em 2022, são esperados 19.292.789 casos novos de câncer no mundo, com 9.958.133 óbitos pela doença para esse mesmo período (Fig. 1 e 2). “Quando comparamos os dados, facilmente se reconhece que o câncer matou em dois anos cerca de 20 milhões de pessoas no mundo, enquanto a COVID, 5,68 milhões”, analisa Dra. Tânia de Fatima Moredo, oncologista do Hospital IGESP.
Interrupção de tratamento
No início da pandemia, a OMS relatou que um em cada três países da Região Europeia havia interrompido parcialmente ou completamente os serviços de atendimento a pacientes com câncer. No Reino Unido, o atraso no diagnóstico e tratamento oriundo do início da pandemia poderá resultar em aumento de mortalidade nos próximos cinco anos, o que representará 15% a mais de óbito para os cânceres de cólon e reto e 9% para o câncer de mama.
Nos Estados Unidos, a escassez de leitos e equipes médicas, reduziu a frequência de interação entre pacientes e oncologistas em 20%, o que adiou mais de 22 milhões de testes de rastreamento de tumores malignos em 2020.
Além disso, a Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO) descreveu o impacto da pandemia no desempenho de trabalho e estado de saúde dos trabalhadores globais de oncologia pela síndrome de burnout, distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho de um indivíduo.
As medidas de redução de atendimento em hospitais, para limitar o número de pacientes ambulatoriais e internados, postergaram o tratamento de pacientes com câncer estável, limitando o atendimento, apenas, para cirurgia de emergência.
O uso emergente de novas terapias em câncer, como a imunoterapia, e mesmo a quimioterapia tradicional, tiveram que ser adiadas para aqueles adoecidos pela COVID, mesmo em casos de pacientes com doença metastática. “Quimioterapias e cirurgias eletivas foram adiadas para reduzir o risco de infecção por COVID e para conter o esgotamento da rede hospitalar com o excesso de internações por COVID”, comenta.
A oncologista explica que essa interrupção do tratamento convencional poderá aumentar o risco de deterioração em pacientes com câncer e reduzir suas taxas de sobrevivência. “O atraso nas cirurgias eletivas por câncer aumentou consideravelmente os casos avançados e alavancou o número de cirurgias de emergência por câncer”, analisa.
Quarta onda de COVID
Atualmente, o mundo atravessa a quarta onda de COVID. Entretanto, com a disponibilidade de vacinas, a oncologia retomou o ritmo. “A avaliação científica contínua por autoridades médicas e regulatórias sustenta o uso seguro e eficaz das vacinas COVID-19 em pacientes oncológicos. No Brasil, o governo anunciou a aplicação de um novo reforço para pacientes imunossuprimidos – ou seja, uma quarta dose de vacina para esse público. O intervalo também será de quatro meses, contados a partir do primeiro reforço.
A especialista explica que são necessárias ações pragmáticas para lidar com os desafios de tratar os pacientes oncológicos, garantindo seus direitos, segurança, acesso a terapias e bem-estar geral. “Um indivíduo com câncer ou com suspeita de câncer, apenas, deve interromper exames e tratamentos durante o período de recuperação por COVID, ou na suspeita de COVID, até que se tenha certeza de que não está com o vírus. Vamos cuidar dessa doença que matou quase três vezes mais pessoas no mundo do que a COVID em dois anos”, finaliza.
Fig1. Estimativa de números de casos em 2020, todos os tipos de cânceres, ambos os sexos todas as idades.
Dados de incidência de câncer no mundo, para o ano de 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde, de acordo com os Continentes.
Fig2. Estimativa de números de casos em 2020, todos os tipos de cânceres, ambos os sexos todas as idades.
Dados de mortalidade de câncer no mundo, para o ano de 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde, de acordo com os Continentes.
Por Dra. Tânia Moredo, coordenadora do serviço de Oncologia do Hospital IGESP.
A pele é o maior órgão do nosso corpo, recobre toda a nossa superfície, nos protege do meio ambiente e regula diversas funções celulares. É incrível como a pele possui tantas funções!
Ao microscópio, é possível dividir a pele em epiderme, derme e hipoderme. Essas camadas são compostas por diferentes tipos de células; terminações nervosas que percebem dor, calor, tato e pressão; sistema imunológico; vasos sanguíneos e linfáticos; glândulas sudorípara e sebácea; unha e pelos.
Células da pele:
1. Células epiteliais escamosas: produzem queratina e citoquinas que regulam funções celulares.
2. Melanócitos: responsáveis pela produção da melanina, pigmento que dá cor à pele e nos protege contra os efeitos deletérios dos raios ultravioleta e da radiação solar.
3. Células dendríticas e linfócitos: atuam na barreira de agressores microbianos, químicos e físicos; interagindo com o sistema imunológico, e sinalizam para que outras células de defesa atuem.
A pele ajuda no controle da temperatura do nosso corpo, na produção de vitamina D, na contenção da água em nosso corpo, na barreira contra infecções. São muitas as funções da pele, por isso precisamos mantê-la saudável.
O que é o câncer de pele e quais os tipos?
O câncer de pele é a neoplasia (tumor) maligno que se origina na pele. Por ser um câncer (células do corpo que crescem fora de controle), as células dessa doença, se dividem de maneira desordenada e podem invadir outros órgãos a distância, causando metástases.
Dividimos os cânceres de pele em melanoma e não melanoma: 1. Melanoma: o câncer de pele que se origina nos melanócitos, e é o câncer de pele mais temido, pois tem a capacidade de formar metástases. 2. Não-melanoma: são os carcinomas, os quais são basicamente de 2 tipos; carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. Não costumam causar metástases e por esta razão são curáveis com sua remoção cirúrgica.
Incidência do câncer de pele no Brasil:
Estimativa de novos casos 2020
Número de mortes 2019
Melanoma
8.450 indivíduos
1.978 indivíduos
Carcinoma de pele
176.930 indivíduos
2.616 indivíduos
Quais são os fatores de risco para o câncer de pele?
Qualquer um pode ter câncer de pele, mas pessoas com certas características correm maior risco.
• Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas - UV), principalmente na infância e adolescência. A exposição ao sol é responsável por mais de 95% dos casos de câncer de pele;
• Exposição a câmeras de bronzeamento artificial;
• Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino;
• Ter histórico familiar ou pessoal de câncer de pele;
• Ter múltiplos nevos (pintas) pelo corpo com aspecto assimétrico.
Existe prevenção para o câncer de pele?
Sim, existe prevenção para o câncer de pele! Felizmente, o câncer de pele pode ser prevenido quando não nos expomos muito ao sol. A proteção contra os raios UV é importante durante todo o ano, não apenas durante o verão. Os raios UV podem chegar até você em dias nublados e frios e refletem em superfícies como água, cimento, areia...
Veja como é possível evitar esse câncer:
• Use roupas para proteger seu corpo do sol;
• Use chapéus ou bonés para proteger o rosto e o couro cabeludo;
• Use protetor solar (para cada tonalidade de pele existe um filtro mais adequado);
• Use óculos de sol com lentes com proteção ultravioleta;
• Escolha a sombra ao invés do sol;
• Evite bronzeamento artificial, ele expõe os usuários a altos níveis de raios UV. Com o tempo, muita exposição aos raios UV pode causar câncer de pele e catarata.
• Preste atenção em sua pele e consulte um dermatologista caso apareça algum sinal suspeito para o câncer de pele.
Quais são os sintomas e sinais do câncer de pele?
Melanoma Sinais ABCDE
• Assimetria: a forma de metade da mancha não coincide com a outra metade.
• Borda: as bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
• Cor: é muitas vezes desigual. Tons de preto, marrom e canela podem estar presentes. Áreas brancas, cinza, rosa, vermelha ou azul também podem ser vistas.
• Diâmetro: o diâmetro maior que 6mm.
• Evolução: a pinta vem mudando de tamanho, forma, cor ou aparência.
Outros sinais de alerta são:
• Uma ferida que não cicatriza.
• Expansão do pigmento de uma mancha na pele.
• Vermelhidão ou inchaço.
• Coceira, sensibilidade ou dor.
• Mudança na superfície da pinta.
Carcinoma de pele Em geral, aparecem em áreas de exposição ao sol, em áreas de trauma de pele repetido ou após queimadura severa.
Pode se apresentarem como machucados que não cicatrizam, pele vermelha, áspera, alteração do pigmento da pele, e não estar relacionado com uma pinta (nevo).
Como é feito o diagnóstico do câncer de pele?
O diagnóstico do câncer de pele é feito através da biópsia e análise por um médico patologista da lesão suspeita.
Quais são os tratamentos para o câncer de pele?
O tratamento para o câncer de pele depende de alguns fatores, como, onde está localizado, o tamanho, o grau de disseminação e a saúde geral do paciente. O tratamento pode variar desde cirurgia exclusiva até imunoterapia ou quimioterapia e radioterapia.
Por Dra. Tânia Moredo, coordenadora do serviço de Oncologia do Hospital IGESP.
O tabaco utilizado no fumo é uma planta chamada de Nicotiana tabacum, nativa das Américas. Acredita-se que o tabaco começou a crescer nas Américas por volta de 6.000 a.C.
Há mais de 2 mil anos, os índios americanos usavam o tabaco para curar feridas e aliviar dores. Além do uso medicinal, o tabaco era muito usado em rituais religiosos. Os líderes religiosos indígenas usavam a fumaça do tabaco para estabelecerem a comunicação com “espíritos”, com o “mundo espiritual” e obterem “poderes mágicos de cura” e “benefícios espirituais".
No Século XV, Cristóvão Colombo foi presenteado com tabaco por nativos americanos, sendo posteriormente introduzido seu uso na Europa. Inicialmente o tabaco era consumido por nobres e o clero, conferindo status social aos seus usuários e a promessa de acesso ao “poder mágico” a ele conferido. Ao longo dos Séculos, o tabaco foi se popularizando, atingindo classes sociais menos privilegiadas, na forma de cigarro, cachimbo, charuto, fumo de corda. As indústrias do cigarro se tornaram gigantes em faturamento, usando estratégias de marketing para atingir o público feminino, adolescentes e crianças.
Em 1964, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos da América (Surgeon General of the U.S. Public Health Service), publicou um documento baseado em mais de 7 mil artigos científicos que associam o cigarro ao câncer de pulmão e laringe em homens, ao câncer de pulmão em mulheres e como sendo a principal causa de bronquite crônica.
Apesar do alerta, somente 3 décadas depois, foi conquistada a primeira batalha contra as poderosas indústrias de cigarros. As primeiras ações indenizatórias nas cortes americanas contra fabricantes de cigarros, renderam milhões a indivíduos fumantes condenados a morrer de câncer.
Tabaco e o câncer
Fumar produtos do tabaco (incluindo cigarros e charutos) causa quase nove em cada dez casos de câncer de pulmão, porém o uso do tabaco pode causar câncer em quase qualquer parte do corpo, incluindo:
Bexiga;
Sangue (leucemia mieloide aguda);
Colo do útero;
Cólon e reto;
Esôfago;
Rim e pelve renal;
Fígado;
Pulmões, brônquios e traqueia;
Boca e garganta;
Pâncreas;
Estômago;
Caixa de voz (laringe).
Por que o tabaco é ruim?
A folha do tabaco contém milhares de compostos químicos, a nicotina é um deles, sendo ela responsável por causar o efeito aditivo (vício) ao tabaco. Após a folha do tabaco ser colhida, ela passa por um processo de secagem e incorporação de mais substâncias tóxicas até ser transformada para o consumo. Ao final desse processo, mais de 70 substâncias que causam câncer são encontradas no cigarro, charuto ou no fumo. Só para exemplificar, encontramos arsênico, amônia, formaldeído, chumbo, polonium radioativo, benzeno, monóxido de carbono, hidrocarbonos aromáticos policíclicos, nitrosaminas. Além dos químicos, as altas temperaturas em decorrência da queima do tabaco, causam lesão das vias respiratórias por ação direta.
Conselhos de saúde para pessoas que usam tabaco ou estão pensando em usar
As coisas mais importantes que você pode fazer para evitar os riscos do câncer à saúde são:
Se você não usa tabaco - não comece!
Se você usa tabaco - pare!
Não importa há quanto tempo você usa tabaco, parar de fumar pode reduzir o risco de câncer e outras doenças crônicas. Muitas pessoas que usam tabaco tornam-se viciadas em nicotina, uma droga encontrada naturalmente no tabaco. Isso pode tornar difícil deixar de fumar. A maioria das pessoas que fumam tenta parar várias vezes antes de ter sucesso, mas existem etapas comprovadas que podem ajudá-lo a parar.
Como os produtos do tabaco causam câncer
Fumo do tabaco
A fumaça de cigarros, charutos e cachimbos contém pelo menos 70 substâncias químicas que podem causar câncer. Cada vez que você respira essa fumaça, esses produtos químicos entram em sua corrente sanguínea, que os transporta para todas as partes de seu corpo. Muitos desses produtos químicos podem danificar seu DNA, que controla como seu corpo produz novas células e direciona cada tipo de célula para fazer o que foi feito. O DNA danificado pode fazer as células crescerem de maneira diferente do que deveriam. Essas células incomuns podem se transformar em câncer.
Fumo passivo
As pessoas que fumam não são as únicas que podem ter câncer por causa da fumaça do tabaco. As pessoas ao seu redor - filhos, parceiros, amigos, colegas de trabalho e outros - também respiram aquela fumaça, chamada de fumo passivo.
Produtos de tabaco sem fumaça
Produtos de tabaco sem fumaça, como mascar tabaco, também podem causar câncer, incluindo câncer de esôfago, boca e garganta e pâncreas.
Cigarros eletrônicos (vape)
Os cigarros eletrônicos (vape) formam uma névoa (geralmente chamada de nuvem) ao aquecer um líquido que contém aromatizantes e produtos químicos, muitos dos quais são prejudiciais à saúde. O líquido geralmente contém nicotina, a droga que causa dependência nos cigarros normais e em outros produtos do tabaco. Os usuários inalam a névoa em seus pulmões, assim como no cigarro, e pessoas próximas também podem respirar essa névoa.
O câncer se caracteriza pelo crescimento descontrolado das células, fazendo com que elas se multipliquem de maneira desordenada, dividindo-se mais rapidamente do que as células normais do tecido à sua volta. O câncer de próstata é o tipo mais comum entre homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Cuidar da saúde também é coisa de homem!
No Brasil, a estimativa de novos casos é de 65.840 (2020 - INCA), e este número pode aumentar devido ao envelhecimento da população.
É um câncer silencioso que pode levar a óbito se não diagnosticado precocemente e tratado corretamente.
O que é a próstata?
É uma glândula do corpo masculino, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina). A próstata produz o líquido que compõe parte do sêmen, nutrindo e protegendo os espermas.
Fatores de Risco
Estilo de vida: O sedentarismo e uma alimentação desequilibrada podem levar ao excesso de gordura corporal aumentando o risco de câncer de próstata.
Idade: A próstata apresenta um aumento natural com o passar da idade em quase todos os homens, e tanto a incidência de câncer quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
Histórico familiar: Homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos.
Tabagismo: O cigarro aumenta o risco de diversos cânceres, inclusive o de próstata.
Converse com seu médico!
Sinais e Sintomas
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas, porém os mais comuns são:
Dificuldade e demora em começar e terminar de urinar;
Sangue na urina;
Diminuição do jato de urina;
Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de próstata é clínico e pode ser identificado com a combinação dos exames de toque real e sangue (PSA), além de exames de imagens e biópsia (se necessário).
Toque retal: O exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. Apesar de alguns homens terem enorme resistência em realizar, o exame é rápido e indolor.
Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade de antígeno prostático específico. Uma proteína dosada no sangue, cujos valores alterados se correlacionam com condições benignas ou malignas do tumor de próstata.
Como prevenir?
Adotar práticas saudáveis diminui o risco da doença:
Tenha uma alimentação balanceada;
Mantenha o peso corporal adequado;
Pratique atividade física;
Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
Não fume;
Consulte seu médico regularmente.
Fontes
INCA | Instituto Nacional do Câncer
Dra. Tânia de Fátima Moredo | Oncologista do Hospital IGESP
Homens e mulheres possuem mamas, e apesar de raro, o câncer de mama pode afetar os homens.
O Câncer de mama masculina ocorre em homens preferencialmente entre 60 e 70 anos de idade, e representa menos de 1% dos casos de câncer de mama.
Assim como no câncer de mama em mulheres, esse tumor se origina de uma célula da mama que se divide de maneira desordenada, tornando o tumor capaz de invadir órgãos próximos ou distantes a mama.
Em 2020 a Organização Mundial da Saúde estimou cerca de 2,3 milhões de casos novos de câncer de mama para ambos os sexos em todo o mundo (menos de 23.000 casos em homens).
Os fatores de risco para câncer de mama masculino incluem:
Idade
O maior fator de risco para o câncer de mama masculino é o envelhecimento. A maioria dos cânceres de mama é diagnosticado em homens entre 60 e 70 anos.
Membros da família com câncer de mama ou genes que predisponham ao câncer de mama.
Homens com parentes de primeiro grau do sexo feminino (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama ou parentes de primeiro grau com câncer de mama masculina, têm risco aumentado para a doença se o câncer tiver sido associado a genes mutados na família.
Os homens, assim como as mulheres, podem herdar genes defeituosos (mutados) que aumentam o risco de câncer de mama
Homens com alterações no gene BRCA2 têm risco aumentado para câncer de mama. As alterações no gene BRCA1 também podem causar a doença, mas o risco não é tão elevado, comparado ao BRCA2. Existem testes que podem detectar genes mutantes, indicados para membros de famílias com alto risco de câncer.
Altos níveis de estrogênio
Apesar dos homens não possuírem ovários, eles produzem estrógeno em pequenas quantidades nas suprarrenais e na gordura do tecido subcutâneo. Níveis mais altos de estrogênio têm sido associados a um risco maior de câncer de mama em homens. Altos níveis de estrogênio podem ocorrer em:
Homens que estão acima do peso (obesos);
Doenças crônicas do fígado, como cirrose;
Algumas condições genéticas, como a síndrome de Klinefelter.
Síndrome de Klinefelter
A síndrome de Klinefelter é uma condição genética rara em que um homem nasce com um cromossomo feminino extra. Isso significa que ele tem cromossomos XXY em vez de XY, resultando em desequilíbrio hormonal com menor produção de testosterona.
Exposição à radioterapia
Homens expostos à radioterapia na área do tórax têm maior risco de desenvolver câncer de mama.
Sintomas de câncer de mama em homens
Os sintomas mais comuns em homens com câncer de mama incluem:
Caroço na mama que quase sempre é indolor;
Lesão no mamilo ou ao redor dele;
Secreção do mamilo (com ou sem sangue);
Retração de um dos mamilos;
Inchaço da mama (ginecomastia);
Uma ferida na pele da mama que persiste após algumas semanas;
Caroço ou inchaço debaixo do braço (axila).
Se tiver algum destes sintomas, é importante procurar seu médico.
Diagnosticando o câncer
A primeira etapa para o diagnóstico da doença ocorre durante a consulta médica, onde são feitos a anamnese (histórico de saúde do paciente) e exame físico.
Em caso de suspeita de câncer, o médico solicita exames de imagem, como a ultrassonografia das mamas e axilas, a mamografia bilateral ou ressonância nuclear magnética das mamas. Nem sempre é possível realizar a mamografia, pois as mamas dos homens costumam ser muito pequenas, e nesse caso, a ressonância é mais indicado.
Se esses testes mostrarem uma área que possa ser câncer, uma amostra (biópsia) do tecido mamário será coletada e analisada por um especialista (patologista). Se a biópsia diagnosticar câncer, serão pedidos exames complementares, exames de sangue para avaliar a função de órgãos e tomografias para avaliar as regiões torácicas e abdominais. Cintilografia óssea é solicitada quando o paciente sente dores ósseas e, no caso de sintomas neurológicos, a ressonância do crânio também pode ser prescrita pelo médico.
Exames adicionais são necessários para avaliar a existência de metástases, condição em que o câncer já progrediu da mama para outros órgãos.
A complementação dos exames é importante para o de estadiamento da doença, que é o processo que determina a localização e a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa.
Tratamento para o câncer de mama em homens
Homens com câncer de mama usam tratamento semelhantes a mulheres com a mesma doença, salvo algumas particularidades em hormonioterapia.
Para decidir sobre o tratamento mais adequado, os médicos geralmente levam em consideração:
Tipo de câncer de mama;
Tamanho do câncer e se ele se espalhou;
Grau de agressividade do câncer;
Se as células cancerosas têm receptores hormonais (receptores de estrógeno e progesterona);
Se as células têm receptores do tipo HER-2, sigla do inglês: “Human Epidermal growth factor Receptor-type 2” (receptor do fator de crescimento epidermal humano tipo 2).
Tipos de tratamento
Cirurgia;
Quimioterapia;
Terapia hormonal;
Radioterapia;
Terapia alvo.
Cirurgia
A operação mais comum é a remoção de toda a mama (mastectomia), incluindo o mamilo. Às vezes o cirurgião também remove parte do músculo subjacente se ele estiver próximo ao câncer (mastectomia radical). Se o cirurgião retirar apenas a glândula mamária, a cirurgia se chama adenomastectomia.
Alguns homens podem fazer uma cirurgia conservadora da mama (removendo o caroço e uma margem de tecido saudável ao redor), dependendo do tamanho da mama e do tamanho do câncer. As cirurgias conservadoras são chamadas de quadrantectomia, nodulectomia ou lumpectomia.
O cirurgião também pode remover alguns dos gânglios linfáticos da axila, que são enviados ao laboratório para identificar células tumorais, seja por esvaziamento da axila ou pelo procedimento chamado biópsia do linfonodo sentinela.
Quimioterapia
A quimioterapia é um tratamento contra o câncer que usa medicamentos para interromper o crescimento das células tumorais. Pode ser administrada via oral ou injetada em uma veia, levando a droga pela corrente sanguínea atingindo as células tumorais em todo o corpo (terapia sistêmica).
É possível fazer a quimioterapia antes ou após a cirurgia. Quando realizada antes, é chamada de quimioterapia neoadjuvante, mas se for realizada após a retirada completa do tumor através da cirurgia, é chamada de adjuvante. Esses tratamentos ajudam a reduzir as chances de o câncer voltar ou se espalhar.
Quando o paciente tem doença metastática, a quimioterapia é usada para destruir os focos da doença em outros órgãos, como ossos, fígado e pulmões.
Terapia hormonal
Algumas células do câncer de mama são estimuladas a crescer pelos hormônios estrogênio e progesterona. Os homens têm pequenas quantidades de estrogênio e progesterona em seu corpo e mais de 95% das células de câncer de mama masculinas têm receptores para esses hormônios. Isso é chamado de câncer de mama com receptor hormonal positivo (reconhecidos pelo exame de imuno-histoquímica na biópsia).
Se as células cancerosas tiverem receptores hormonais, o médico pode prescrever terapia hormonal. Isso pode ajudar a reduzir as chances de o câncer voltar ou de destruir a doença quando ela já é metastática.
A terapia hormonal mais comum para o câncer de mama masculino é o tamoxifeno. Os efeitos colaterais incluem:
Ondas de calor;
Desejo sexual mais baixo;
Sensação de enjoo - isso pode passar depois de você tomá-lo por um tempo;
Ganho de peso;
Dificuldade em dormir;
Tristeza ou depressão.
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento contra o câncer que usa raios-x de alta energia ou outros tipos de radiação para matar as células cancerosas ou impedi-las de crescer. A radioterapia externa usa uma máquina fora do corpo para enviar radiação em direção à área do corpo com câncer.
O médico normalmente sugere a radioterapia após a cirurgia, quando é necessário controlar a doença. Este tratamento reduz o risco de as células tumorais voltarem a crescer na área da mama operada. Também pode ser usada para tratar a mama doente quando o paciente não pode ser operado por algum problema de saúde.
Terapia alvo
A terapia alvo é um tipo de tratamento que usa drogas ou outras substâncias para identificar e atacar células tumorais específicas. Geralmente causam menos danos às células normais do que a quimioterapia ou a radioterapia. A terapia com anticorpos monoclonais inibidores da tirosina quinase, inibidores da ciclina dependente da quinase e inibidores da rapamicina em mamíferos (mTOR) são tipos de terapias direcionadas que são usadas para tratar homens com câncer de mama.
O médico examinará as células cancerosas em busca de proteínas chamadas receptores HER2, e se as células cancerosas tiverem muitos desses receptores, o médico prescreverá um tratamento medicamentoso direcionado para o paciente. O mais comum para o câncer de mama é o trastuzumabe (Herceptin).
Encontrando suporte
É muito comum ouvir falar de câncer de mama em mulheres, mas não é comum ouvir falar disso em homens.
Lidar com um diagnóstico de câncer pode ser difícil, tanto física, como emocionalmente. Como o câncer de mama masculino é raro, procure por um hospital especializado e equipado adequadamente para realizar o tratamento.
A cada ano esse movimento se fortalece e a luta contra o câncer de mama ganha maior visibilidade em todo o mundo. O objetivo é conscientizar a população sobre a prevenção através do diagnóstico precoce e lembrar sobre a importância do cuidado com a saúde.
O câncer de mama é o tipo mais comum no sexo feminino e, como todo câncer, é uma doença resultante da multiplicação de células anormais que formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Se diagnosticado no início, as chances de cura podem chegar a 100%. Por isso, o movimento é tão importante e deve ser cada vez mais difundido.
Fatores de risco
Ambientais: obesidade ou sobrepeso, principalmente após a menopausa, sedentarismo, consumo de bebida alcoólica e exposição frequente à radiações ionizantes (Raios-X).
Hormonais: primeira menstruação antes de 12 anos, não ter tido filhos, primeira gravidez após os 30 anos, não ter amamentado, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, ter feito reposição hormonal.
Genético: histórico familiar de câncer de mama e ovário, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos ou alteração genética.
Sinais e Sintomas
Alterações no bico do peito (mamilo), pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço, saída de líquido anormal das mamas. A presença de um ou mais fatores de risco ou mesmo sinais, não significa que a mulher terá necessariamente a doença, mas alterações precisam ser investigadas o quanto antes.
Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte do cânceres de mama são descobertos pelas próprias mulheres, por isso, é importante realizar o autoexame. Se encontrar qualquer alteração nas suas mamas, procure um médico.
Caso você tenha sido diagnosticada com câncer de mama:
Seja paciente e respeite seu ritmo e suas limitações. Elas são temporárias e gradativamente as coisas tendem a se normalizar;
Não tente consertar tudo de uma vez, você está num processo de recuperação. Encare-o com esperança e otimismo;
Decida quais são as coisas mais importantes para você fazer. Descanse bastante e guarde sua energia para elas;
Peça ajuda, não queira fazer tudo sozinha;
Peça sempre orientação ao seu médico para amenizar os efeitos colaterais do tratamento;
Você nunca estará sozinha.
Não há uma forma específica de como lidar com o câncer de mama, apenas seja gentil consigo mesma e se coloque em primeiro lugar.
Fontes
INCA | Instituto Nacional do Câncer
OMS | Organização Mundial da Saúde
Dra. Tânia de Fátima Moredo | Oncologista do Hospital IGESP
O câncer de mama é a neoplasia maligna, isso é, um tumor de crescimento rápido, formado por células que se apresentam de forma diferente daqueles presentes do tecido normal, que se origina nas mamas.
As mamas são glândulas localizadas na parte anterior do tórax. São compostas por tecido adiposo e conjuntivo. Como homens e mulheres possuem mamas, o câncer de mama afeta ambos os sexos, felizmente menos de 1% dos casos de mama ocorrem em homens.
Assim como os outros tipos de cânceres, múltiplos fatores são responsáveis por seu aparecimento de tal forma, que uma célula normal da mama pode sofrer o processo de carcinogênese, se tornando maligna, e dar origem ao câncer de mama. Uma vez formado, o câncer de mama pode se espalhar para os gânglios linfáticos ou para outros órgãos distantes, processo que chamamos de metástases.
Quais são os fatores de risco para o câncer de mama?
O câncer de mama não possui uma causa única. Um fator de risco não determina o câncer isoladamente, mas aumenta as chances de uma pessoa ficar doente de câncer.
Fatores de risco que não podem ser alterados:
O risco para ter câncer de mama aumenta conforme a idade; a partir dos 50 anos, possuem um maior risco de desenvolver o câncer de mama, devido às próprias alterações biológicas;
Mutações genéticas. Mulheres que herdam certos genes, como BRCA1 e BRCA2 correm maior risco de câncer de mama e de ovário;
Histórico reprodutivo. Os primeiros ciclos menstruais e o início da menopausa expõem as mulheres aos hormônios por mais tempo, aumentando o risco de desenvolver câncer de mama;
Histórico pessoal de câncer de mama. Mulheres que já tiveram o câncer de mama têm maior probabilidade de tê-lo pela segunda vez;
Histórico familiar de câncer de mama ou ovário;
Tratamento com radioterapia. Mulheres que fizeram radioterapia nos seios ou tórax antes dos 30 anos têm um risco maior de desenvolver câncer de mama depois de mais velha.
Fatores de risco que podem ser alterados:
Não ser fisicamente ativa. Mulheres que não são fisicamente ativas, não praticam exercício físico, têm maior risco de desenvolver câncer de mama;
Estar acima do peso ou ser obeso após a menopausa. Mulheres mais velhas com sobrepeso ou obesas possuem maior risco de desenvolver câncer de mama;
Tomar hormônios. Algumas formas de terapia de reposição hormonal (aquelas que incluem estrogênio e progesterona) tomada durante a menopausa pode aumentar o risco de câncer de mama quando tomadas por mais de cinco anos. Determinados anticoncepcionais orais (pílulas anticoncepcionais) também aumentam o risco de câncer de mama;
História reprodutiva. Ter a primeira gravidez depois dos 30 anos, não amamentar e nunca ter uma gravidez pode aumentar o risco de câncer de mama;
Beber álcool. Estudos mostram que o risco de câncer de mama em uma mulher aumenta conforme a quantidade de álcool que ela bebe.
Quais são os sintomas do câncer de mama?
É preciso ficar atenta aos sinais e sintomas, porém, algumas pessoas não apresentam sintomas do câncer de mama, por isso é necessário sempre fazer os exames de rotina, além do exame de toque.
Alguns sinais/sintomas de alerta do câncer de mama são:
Caroço na mama ou axila.
Inchaço de parte da mama.
Irritação da pele da mama.
Vermelhidão ou pele escamosa na área do mamilo ou na mama.
Dor na área do mamilo.
Corrimento mamilar diferente do leite materno, incluindo sangue.
Qualquer alteração no tamanho ou formato da mama.
Dor em qualquer área da mama.
Esses sintomas podem ocorrer em outras doenças. Se você tiver quaisquer sinais ou sintomas que o preocupem, consulte o seu médico imediatamente.
Estadiamento do câncer de mama
O estadiamento é uma forma de descrever os aspectos do câncer de mama, incluindo o tamanho do tumor, a localização, se ele se espalhou para os linfonodos, se espalhou para partes distantes do corpo, e se está afetando as funções de outros órgãos do corpo.
Estágio Zero (0): o tumor não é invasivo e está restrito à mama;
Estágio I: o tumor da mama tem até 2 centímetros de diâmetro, não invade os linfonodos axilares, ou se o fizer, tem invasão máxima de 2 milímetros;
Estágio II: o tumor da mama possui até 5 centímetros de diâmetro e invasão de 0 a 3 linfonodos axilares ou tumor da mama acima de 5 centímetros de diâmetro que não invadem a parede muscular, a pele e os linfonodos;
Estádio III: qualquer tumor que acabar invadindo acima de 10 linfonodos axilares, tumor de até 5 centímetros de diâmetro que invada até 9 linfonodos axilares, ou tumor da mama que invada a parede torácica e/ou a pele, independente da invasão de linfonodos;
Estádio IV: o tumor da mama de qualquer tamanho, que invada órgãos a distância como ossos, pulmões, fígado e cérebro.
Como posso prevenir o câncer de mama?
Muitos fatores ao longo da vida podem influenciar o risco do câncer de mama.
Você não pode alterar alguns fatores, como envelhecimento ou histórico familiar, mas pode ajudar a reduzir o risco de câncer de mama cuidando de sua saúde da seguinte maneira:
Mantenha um peso saudável;
Exercite-se regularmente;
Não beba álcool;
Se você está tomando, ou foi instruído a tomar, terapia de reposição hormonal ou anticoncepcionais, pergunte ao seu médico sobre os riscos e descubra se é adequado para você.
Amamentação, se possível;
Se você tem um histórico familiar de câncer de mama ou alterações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2, converse com seu médico sobre outras maneiras de diminuir o risco.
Se manter saudável ao longo da vida diminuirá o risco de desenvolver câncer e aumentará suas chances de sobreviver ao câncer, caso ele ocorra.
O que é o rastreamento do câncer de mama?
Rastreamento do câncer de mama significa verificar se há câncer nos seios de uma mulher antes que haja sinais ou sintomas da doença. Todas as mulheres precisam ser informadas por seu médico sobre as melhores opções de rastreamento para elas.
Como o câncer de mama é diagnosticado?
Os médicos costumam usar testes adicionais para encontrar ou diagnosticar o câncer de mama. Eles podem encaminhar as pacientes para um especialista em mama ou um cirurgião. Isso não significa que ela tenha câncer ou que precise de cirurgia. Esses médicos são especialistas em diagnosticar problemas mamários.
Ultrassom mamário: uma máquina que usa ondas sonoras para fazer imagens detalhadas, chamadas de ultrassons, de áreas dentro da mama;
Mamografia diagnóstica: se você tiver um problema no seio, como caroços, ou se uma área da mama parecer anormal em uma mamografia de rastreamento, os médicos podem solicitar que você faça uma mamografia diagnóstica. Este é um raio-X mais detalhado da mama;
Imagem por ressonância magnética: uma espécie de varredura corporal que usa um ímã conectado a um computador. A ressonância magnética fará imagens detalhadas de áreas dentro da mama;
Biópsia: este é um teste que remove tecido ou fluido da mama para ser examinado no microscópio. Existem diferentes tipos de biópsia (por exemplo, aspiração por agulha fina, biópsia central ou biópsia aberta).
Quais são os tratamentos para o câncer de mama?
O câncer de mama é tratado de várias maneiras, porém, depende do tipo de câncer de mama e do estágio que ele se encontra. Pessoas com câncer de mama geralmente recebem mais de um tipo de tratamento, são eles:
Cirurgia: uma operação em que os médicos cortam tecido canceroso.
Quimioterapia: usar medicamentos especiais para diminuir ou matar as células cancerosas.
Terapia hormonal: impede que as células cancerosas obtenham os hormônios de que precisam para crescer.
Terapia biológica: trabalha com o sistema imunológico do seu corpo para ajudá-lo a lutar contra as células cancerosas ou para controlar os efeitos colaterais de outros tratamentos contra o câncer.
Terapia de radiação: usando raios de alta energia (semelhantes aos raios-X) para matar as células cancerosas.
Médicos de diferentes especialidades costumam trabalhar juntos para tratar o câncer de mama. Os cirurgiões são médicos que realizam operações. Oncologistas médicos são médicos que tratam o câncer com medicamentos. Oncologistas de radiação são médicos que tratam o câncer com radiação.
Lembre-se de consultar sempre o seu médico para ter um diagnóstico completo.
Por Dra. Tânia de Fátima Moredo, oncologista do Hospital IGESP. Atualizado em 10/08/2021.
O câncer de estômago ou câncer gástrico é a neoplasia maligna que se origina no estômago.
Assim como os outros tipos de cânceres, múltiplos fatores são responsáveis pelo seu aparecimento no corpo de tal forma, que uma célula normal do nosso estômago pode sofrer o processo de carcinogênese (se tornar maligna) e dar origem ao câncer de estômago.
Ele pode se espalhar para outros órgãos próximos ao estômago ou até mesmo distantes, processo que chamamos de metástase.
Quais são os fatores de risco?
É importante saber que um fator de risco não determina o câncer isoladamente, mas aumenta as chances de uma pessoa ficar doente.
Existem fatores de risco que não podem ser alterados, como por exemplo, a idade (mais frequente acima de 60 anos), ser do sexo masculino e fatores genéticos. Felizmente apenas 3 a 5% dos cânceres de estômago são hereditários, ou seja, causados por genes herdados de nossos pais.
Também há outros fatores que desempenham um papel no aumento do risco para o câncer de estômago:
Fumar;
Estar acima do peso ou ser obeso;
Uma dieta rica em alimentos defumados, em conserva ou salgados;
Cirurgia anterior de estômago para úlcera gástrica;
Consumo de álcool;
Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal) e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. Pylori);
Gastrite crônica e úlceras de estômago mal curadas;
Trabalho nas indústrias de carvão, metal, madeira ou borracha;
Exposição ao amianto;
Exposição de trabalhadores rurais a uma série de compostos químicos, em especial, agrotóxicos.
Veja abaixo algumas estatísticas sobre o Câncer de Estômago:
O câncer de estômago é mais comum no sexo masculino, seja no Brasil ou mundo a fora.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, estima-se para cada ano do triênio 2020-2022, 13.360 casos novos de câncer de estômago entre homens e 7.870 nas mulheres.
O câncer de estômago em homens é o segundo mais frequente na Região Norte, nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é o quarto câncer mais frequente.
Para as mulheres, é o quinto câncer mais frequente nas Regiões Norte e Sul, e ocupa a sexta posição no Centro-Oeste e Nordeste, seguido pela Região Sudeste ocupando a sétima posição.
Quais são os principais sintomas do Câncer de Estômago?
No início, o câncer de estômago pode causar:
Indigestão;
Sensação de inchaço após comer uma refeição;
Azia;
Ligeira náusea;
Perda de apetite.
Episódios eventuais de indigestão ou azia após uma refeição não significam que você tenha câncer, mas se sentir muito esses sintomas, converse com seu médico.
À medida que o câncer gástrico avança, pode haver sintomas mais sérios, como:
Dor de estômago;
Sangue nas fezes;
Vômito;
Perda de peso sem motivo;
Dificuldade em engolir;
Olhos ou pele amarelados;
Inchaço no abdômen;
Constipação ou diarreia;
Fraqueza ou sensação de cansaço;
Azia e náuseas.
Como prevenir o câncer de estômago?
Adote uma dieta saudável: coloque mais frutas e vegetais frescos em seu prato todos os dias. Eles são ricos em fibras e em algumas vitaminas que podem diminuir o risco de câncer. Evite alimentos muito salgados, em conserva, curados ou defumados, como cachorros-quentes, carnes processadas ou queijos defumados.
Mantenha seu peso em um nível saudável: estar acima do peso ou ser obeso também pode aumentar o risco da doença.
Não fume: o risco de câncer de estômago duplica se usar tabaco.
Faça atividade física regularmente, pois ajuda a diminuir o risco de câncer de estômago.
Como é feito o diagnóstico?
Os médicos normalmente não fazem exames de rotina para câncer de estômago, principalmente por não ser tão comum.
Para o diagnóstico deste tipo de câncer, é necessário passar em consulta médica para uma avaliação, onde será feita uma análise sobre os sintomas, seu histórico médico e se algum membro da família já o teve (histórico familiar). No consultório será realizado o exame clínico e alguns exames adicionais podem ser solicitados, como:
Exames de sangue;
Endoscopia alta - exame de imagem para examinar o estômago;
Tomografia computadorizada – exame de imagem do interior do seu corpo;
Biópsia - o médico retira um pequeno pedaço de tecido do estômago para examiná-lo ao microscópio em busca de sinais de células cancerosas. A biópsia pode ser feita durante uma endoscopia.
Todos esses exames podem ser feitos aqui no Hospital IGESP, em nosso Centro de Diagnóstico.
Qual é o tratamento para o câncer de estômago?
O tratamento do câncer de estômago envolve uma equipe multidisciplinar, composta por médico oncologista, cirurgiões, radioterapeuta e nutrólogo. Existem três modalidades de tratamento para esse tipo de câncer: cirurgia, terapia sistêmica (quimioterapia e outras drogas) e radioterapia.
Cirurgia
A cirurgia é um tratamento comum para o câncer de estômago, especialmente quando está nos estágios iniciais. Dependendo da sua situação, é possível incorporar técnicas cirúrgicas minimamente invasivas ao realizar a gastrectomia para ajudar a diminuir o risco de complicações, encurtar o tempo de recuperação e minimizar a dor. Os cânceres de estômago avançados ou agressivos podem exigir gastrectomia parcial ou total.
Terapia sistêmica
É o tratamento que o oncologista faz através da quimioterapia, terapia alvo ou imunoterapia. Cada caso é analisado individualmente e planejado de acordo com os princípios da literatura médica especializada no tratamento do câncer.
Quando o tumor é avançado, mas não existem metástases, o oncologista clínico, realizará quimioterapia pré-operatória para diminuir o câncer e poder posteriormente operá-lo. Se o número de linfonodos for insuficiente, o oncologista poderá encaminhar o paciente para realizar radioterapia e quimioterapia pós-operatório.
A quimioterapia é utilizada no pré e pós-operatório mesmo em tumores em estágios iniciais. Caso a doença seja metastática, o oncologista prescreverá a terapia sistêmica.
Radioterapia
A radioterapia é um dos tratamentos mais comuns para o câncer. A radiação pode ser usada sozinha ou com outros tratamentos, como cirurgia, quimioterapia, hormônios ou terapia direcionada.
A radioterapia usa partículas ou ondas de alta energia, como raios X, raios gama, feixes de elétrons ou prótons, para destruir ou danificar as células cancerosas.
Suas células normalmente crescem e se dividem para formar novas células, mas as células cancerosas crescem e se dividem mais rápido do que a maioria das células normais. A radiação funciona fazendo pequenas rupturas no DNA dentro das células. Essas quebras impedem que as células cancerosas cresçam e se dividam, fazendo com que morram. As células normais próximas também podem ser afetadas pela radiação, mas a maioria se recupera e volta a funcionar como deveria.
A escolha do tratamento para o câncer de estômago depende do estadiamento da doença, isso é, quão avançada a doença esteja, quanto ela se espalhou pelo corpo, sendo 5 estágios:
Estágio 0: é quando o revestimento interno do estômago contém um grupo de células tumorais, mas que ainda não são infiltrativas. Será necessário um procedimento cirúrgico para a cura. O seu médico pode remover parte ou todo o seu estômago, bem como os gânglios linfáticos próximos (pequenos órgãos que fazem parte do sistema de defesa). Em alguns casos, a cirurgia pode ser minimamente invasiva, por endoscopia alta.
Estágio I: neste ponto o paciente tem um tumor no revestimento do estômago, já infiltrativo e pode ter se espalhado para os nódulos linfáticos. Como no estágio 0, o paciente provavelmente fará uma cirurgia para remover parte ou todo o estômago e os gânglios linfáticos próximos. Também pode receber quimioterapia ou quimioterapia associada a radioterapia complementares a cirurgia. A quimioterapia pode ser usada antes da cirurgia para reduzir o tumor.
Estágio II: o câncer se espalhou para as camadas mais profundas do estômago e talvez para os nódulos linfáticos próximos. A cirurgia para remover parte ou todo o estômago, bem como os gânglios linfáticos próximos ainda é o tratamento principal. É muito provável que o paciente faça quimioterapia com ou sem radioterapia complementares.
Estágio III: o câncer agora pode estar em todas as camadas do estômago, bem como em outros órgãos próximos ou pode ser menor, mas atingir profundamente os nódulos linfáticos. A quimioterapia poderá ser realizada antes ou após a cirurgia.
Estágio IV: neste último estágio, o câncer se espalhou amplamente para órgãos como o fígado, pulmões ou cérebro. É muito mais difícil de controlá-lo. Poderão ser realizados quimioterapia, radioterapia e eventuais procedimentos cirúrgicos.
Por Dra. Tânia de Fátima Moredo, oncologista do Hospital IGESP. Atualizado em 02/08/2021.
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