Por que o tabaco faz tão mal à saúde?

Por que o tabaco faz tão mal à saúde?

O tabaco utilizado no fumo é uma planta chamada de Nicotiana tabacum, nativa das Américas. Acredita-se que o tabaco começou a crescer nas Américas por volta de 6.000 a.C.



Há mais de 2 mil anos, os índios americanos usavam o tabaco para curar feridas e aliviar dores. Além do uso medicinal, o tabaco era muito usado em rituais religiosos. Os líderes religiosos indígenas usavam a fumaça do tabaco para estabelecerem a comunicação com “espíritos”, com o “mundo espiritual” e obterem “poderes mágicos de cura” e “benefícios espirituais".


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?

No Século XV, Cristóvão Colombo foi presenteado com tabaco por nativos americanos, sendo posteriormente introduzido seu uso na Europa. Inicialmente o tabaco era consumido por nobres e o clero, conferindo status social aos seus usuários e a promessa de acesso ao “poder mágico” a ele conferido. Ao longo dos Séculos, o tabaco foi se popularizando, atingindo classes sociais menos privilegiadas, na forma de cigarro, cachimbo, charuto, fumo de corda. As indústrias do cigarro se tornaram gigantes em faturamento, usando estratégias de marketing para atingir o público feminino, adolescentes e crianças.


Em 1964, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos da América (Surgeon General of the U.S. Public Health Service), publicou um documento baseado em mais de 7 mil artigos científicos que associam o cigarro ao câncer de pulmão e laringe em homens, ao câncer de pulmão em mulheres e como sendo a principal causa de bronquite crônica.


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?

Apesar do alerta, somente 3 décadas depois, foi conquistada a primeira batalha contra as poderosas indústrias de cigarros. As primeiras ações indenizatórias nas cortes americanas contra fabricantes de cigarros, renderam milhões a indivíduos fumantes condenados a morrer de câncer. 



Tabaco e o câncer


Fumar produtos do tabaco (incluindo cigarros e charutos) causa quase nove em cada dez casos de câncer de pulmão, porém o uso do tabaco pode causar câncer em quase qualquer parte do corpo, incluindo:




  • Bexiga;

  • Sangue (leucemia mieloide aguda);

  • Colo do útero;

  • Cólon e reto;

  • Esôfago;

  • Rim e pelve renal;

  • Fígado;

  • Pulmões, brônquios e traqueia;

  • Boca e garganta;

  • Pâncreas;

  • Estômago;

  • Caixa de voz (laringe).


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?

Por que o tabaco é ruim?


A folha do tabaco contém milhares de compostos químicos, a nicotina é um deles, sendo ela responsável por causar o efeito aditivo (vício) ao tabaco. Após a folha do tabaco ser colhida, ela passa por um processo de secagem e incorporação de mais substâncias tóxicas até ser transformada para o consumo. Ao final desse processo, mais de 70 substâncias que causam câncer são encontradas no cigarro, charuto ou no fumo. Só para exemplificar, encontramos arsênico, amônia, formaldeído, chumbo, polonium radioativo, benzeno, monóxido de carbono, hidrocarbonos aromáticos policíclicos, nitrosaminas. Além dos químicos, as altas temperaturas em decorrência da queima do tabaco, causam lesão das vias respiratórias por ação direta.



Conselhos de saúde para pessoas que usam tabaco ou estão pensando em usar


As coisas mais importantes que você pode fazer para evitar os riscos do câncer à saúde são:




  • Se você não usa tabaco - não comece!

  • Se você usa tabaco - pare!


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?

Não importa há quanto tempo você usa tabaco, parar de fumar pode reduzir o risco de câncer e outras doenças crônicas. Muitas pessoas que usam tabaco tornam-se viciadas em nicotina, uma droga encontrada naturalmente no tabaco. Isso pode tornar difícil deixar de fumar. A maioria das pessoas que fumam tenta parar várias vezes antes de ter sucesso, mas existem etapas comprovadas que podem ajudá-lo a parar.



Como os produtos do tabaco causam câncer


Fumo do tabaco

A fumaça de cigarros, charutos e cachimbos contém pelo menos 70 substâncias químicas que podem causar câncer. Cada vez que você respira essa fumaça, esses produtos químicos entram em sua corrente sanguínea, que os transporta para todas as partes de seu corpo. Muitos desses produtos químicos podem danificar seu DNA, que controla como seu corpo produz novas células e direciona cada tipo de célula para fazer o que foi feito. O DNA danificado pode fazer as células crescerem de maneira diferente do que deveriam. Essas células incomuns podem se transformar em câncer.


Fumo passivo

As pessoas que fumam não são as únicas que podem ter câncer por causa da fumaça do tabaco. As pessoas ao seu redor - filhos, parceiros, amigos, colegas de trabalho e outros - também respiram aquela fumaça, chamada de fumo passivo.


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?

Produtos de tabaco sem fumaça


Produtos de tabaco sem fumaça, como mascar tabaco, também podem causar câncer, incluindo câncer de esôfago, boca e garganta e pâncreas.


Cigarros eletrônicos (vape)

Os cigarros eletrônicos (vape) formam uma névoa (geralmente chamada de nuvem) ao aquecer um líquido que contém aromatizantes e produtos químicos, muitos dos quais são prejudiciais à saúde. O líquido geralmente contém nicotina, a droga que causa dependência nos cigarros normais e em outros produtos do tabaco. Os usuários inalam a névoa em seus pulmões, assim como no cigarro, e pessoas próximas também podem respirar essa névoa.


Por que o tabaco faz tão mal a saúde?




Texto originalmente publicado no site Centers for Disease Control and Prevention, em 03/11/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe de Oncologia do IGESP.

Hipertensão Arterial, uma doença silenciosa

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, afeta cerca de 31 milhões de brasileiros. É uma doença caracterizada pelos altos níveis da pressão sanguínea nas artérias, e pode afetar o coração, cérebro, olhos e rins.


Essa condição força o coração a exercer um esforço maior do que o habitual para que o sangue seja distribuído corretamente por todo o corpo, sendo um dos principais fatores de risco para doenças como acidente vascular cerebral (AVC), infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.


É uma doença de natureza hereditária, em que 90% dos casos a hipertensão arterial é herdada dos pais. Porém, há diversos outros fatores que influenciam diretamente nos níveis de pressão arterial, dentre eles:




  • Fumo;

  • Consumo de bebidas alcóolicas;

  • Obesidade;

  • Estresse;

  • Elevado consumo de sal;

  • Níveis altos de colesterol;

  • Falta de atividade física.


Em muitos casos, esse problema não demonstra sintomas, por isso, é considerado um inimigo invisível. Nos casos em que a pressão sobe muito, os sintomas costumam aparecer, podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza corporal, visão embaçada e sangramento nasal.


Para diagnosticar a hipertensão, é necessário medir a pressão regulamente. A chamada pressão alta ocorre quando os valores das pressões máxima e mínima estão iguais ou ultrapassam os 140/90 (ou 14 por 9), medida em milímetros (mm) de mercúrio (Hg). Quando os valores se encontram abaixo de 90/60 mmHg, ela é considerada baixa. A forma mais assertiva de aferir a pressão é por meio de Holter e Mapa, assim, de acordo com o valor da medição, é possível saber qual tipo de pressão sanguínea o paciente apresenta.


Dentre os principais pontos que podem colaborar para prevenir essa doença, estão:

  • Manter um peso corporal adequado;

  • Não ingerir grandes quantidades de sal;

  • Praticar atividades físicas regularmente;

  • Não ter o fumo como hábito;

  • Moderar o consumo de álcool;

  • Evitar alimentos gordurosos;

  • Controlar o nível de açúcar no sangue.


A pressão alta não tem cura, mas possui tratamento e pode ser controlada com acompanhamento médico. Ter um estilo de vida saudável é um grande aliado no combate à essa doença.

Entenda o que é a Hemofilia

Entenda o que é a Hemofilia

Entenda o que é a Hemofilia, uma doença genética e hereditária, provocada por um defeito da coagulação do sangue, originando em sangramento.


No dia 17 de abril é comemorado o Dia Mundial da Hemofilia, a data promove a conscientização sobre distúrbios hemorrágicos hereditários, informar sobre a importância dos cuidados necessários, além de unir a comunidade relacionada às doenças hemorrágicas.


Depois de uma lesão, o organismo depende da coagulação do sangue para parar o sangramento. A coagulação normal evita equimoses (manchas roxas) e o sangramento dentro das articulações e músculos, que poderiam resultar em pequenas lesões. Isso depende dos elementos do sangue, chamados de fatores de coagulação. Quando não há quantidade suficiente de um desses fatores, pode ocorrer um sangramento excessivo. A pessoa que tem Hemofilia possui menor quantidade ou ausência de alguns fatores de coagulação.


A mutação que causa essa enfermidade acontece no cromossomo X e é transmitida por uma mulher portadora do gene ou por um homem hemofílico. Geralmente, o público feminino não desenvolve a doença, fazendo com que ela acometa quase eu exclusivamente os homens. Segundo o Ministério da Saúde, das doenças genéticas, a Hemofilia tem a maior taxa das mutações – são aproximadamente 1/3 de novos casos em famílias, sem registro anterior. Ocorre um caso a cada 10 mil habitantes.


Existem dois tipos mais comuns da doença: tipo A, conhecida como Clássica e ocorre por deficiência do Fator VII (FVII). A Hemofilia B, chamada de Fator Christmas, acontece em função de uma deficiência do Fator IX (FIX). A Hemofilia também é classificada de acordo com a quantidade de fator deficitário: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve (acima de 5%).


A doença pode ser classificada, ainda, segundo a quantidade do fator deficitário, em três categorias: grave (fator menor que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve (acima de 5%). Neste caso, pode acontecer da enfermidade passar despercebida até a idade adulta.


Os primeiros sintomas podem aparecer logo no primeiro ano de vida do paciente, com o aparecimento de equimoses, que se tornam mais evidentes quando a criança está aprendendo a andar. Além das manchas roxas, outros sinais podem ser percebidos: hematomas, episódios hemorrágicos nos músculos e articulações, além de dor intensa causada por pequeno traumatismo.


Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações de traumas, extração de dentes e cirurgias. Nesses casos, a doença pode passar despercebida até a fase adulta.


Nos casos moderados e graves, os sangramentos acontecem com maior frequência e de forma espontânea. Os principais sintomas são aumento da temperatura, dores fortes e restrição de movimento. As lesões ósseas são consequências do desgaste das cartilagens, causadas por hemorragia intramusculares e intra-articulares. As articulações mais afetadas são cotovelo, joelho e tornozelo. O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VII e IX de coagulação sanguínea, além dos sinais clínicos. O tratamento da hemofilia evoluiu muito e atualmente, consiste na reposição do fator anti-hemofílico. Os pacientes com hemofilia A recebem a molécula do fator VIII, já os pacientes com hemofilia B, a molécula do fator IX.


O tratamento precoce é muito importante, porque as sequelas deixadas pelos sangramentos serão menores. O paciente hemofílico e seus familiares devem ser treinados para fazer a aplicação do fator em casa.


Algumas recomendações são válidas:

• Os pais devem prestar atenção se os bebês apresentam manchas roxas, pois pode ser um sinal de alerta para Hemofilia;

• Se a criança apresenta sangramentos frequentes e desproporcionais, os pais devem procurar um médico;

• É fundamental que os pacientes com Hemofilia tenham uma prática regular de exercícios físicos, com o objetivo de fortalecer a musculatura;

• Em casos de sangramento, os pacientes diagnosticados devem procurar um tratamento o mais depressa possível, para receber a terapia mais indicada, evitando sequelas nos músculos e articulações.




Dra. Youko Nukui.