fbpx

Exagerar nas ceias de fim de ano pode causar refluxo

Celebrações de fim de ano costumam ser regadas a muita comida e bebida. Algumas ceias são mais simples e outras mais elaboradas, mas, no geral, a maioria é preparada com um teor elevado de gordura, especiarias e bebidas alcoólicas, o que pode prejudicar a digestão, alterar a normalidade da função digestiva e trazer desconforto. O consumo excessivo destes alimentos pode provocar também um distúrbio muito comum, chamado de refluxo gastroesofágico. 

Para digerir os alimentos necessitamos do ácido clorídrico. Porém, quando ocorre refluxo gastroesofágico, este ácido volta para o esôfago e irrita a mucosa que não está preparada para o seu contato, podendo causar dor e inflamação. Isso acontece na maioria das vezes pela falha de uma válvula muscular chamada esfíncter que deveria impedir que o conteúdo gástrico voltasse. Os principais sintomas são dores na parte superior do abdômen ou no peito, queimação, azia, rouquidão, dificuldade para engolir, sensação de ter a comida entalada, tosse seca, mau hálito, entre outros. O tratamento normalmente envolve: 

  • Dieta alimentar – é necessário evitar alimentos que contenham uma acidez elevada ou de apresentação espessa como molhos, cremes ou doces. Condimentos, bebida alcoólica, pimentas, refrigerantes, café em excesso, chocolates, chás do tipo preto, gorduras, frituras, estão entre os principais provocadores de refluxo.  
  • Mudar o estilo de vida – a obesidade é um dos agravantes do refluxo, assim como o hábito de fumar e comer de forma excessiva. O ideal é fazer pequenas refeições durante o dia e a última acontecer duas horas antes de dormir. Mastigar bem, de forma tranquila, ajuda a digestão.  
  • Medicação – em alguns casos, é necessário a intervenção de medicamentos que reduzem a acidez estomacal e melhoram a inflamação causada pelo suco gástrico e devem ser tomados até que os fatores alimentares e pessoais estejam controlados. A orientação de um gastroenterologista é primordial para prescrição adequada, pois a doença tem caráter crônico e ao longo do tempo restringe a qualidade de vida. 

Portanto, coma e beba com moderação durante o período festivo. Tente levar uma vida saudável com a prática de exercícios físicos e uma alimentação regrada no restante do ano. Ao menor sinal dos sintomas, procure um especialista para avaliar a melhor forma de tratamento. Quem tem a ganhar é você e a sua saúde! 

 

Por Dr. Ricardo Guilherme Viebigé médico gastroenterologista do Hospital IGESP. Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e Presidente da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia. 

 

Search

+
Pular para o conteúdo