Se você é mulher, ou tem uma mulher especial na sua vida, atente-se a esses dados sobre o câncer de mama.
Cerca de 18 mil mulheres vão morrer em decorrência do câncer de mama até 2025 de acordo com a projeção do INCA – Instituto Nacional do Câncer, que estima que entre 2023 e 2025, sejam diagnosticados quase 74 mil novos casos de câncer de mama no país. Sendo esse tipo a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.
Mesmo com esses dados preocupantes, muitas ainda desconhecem as medidas básicas de prevenção e diagnóstico precoce. Hoje cerca de 60% das mulheres acreditam que a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama é o autoexame. Por meio dele é possível detectarmos sinais e sintomas importantes para o diagnóstico como por exemplo:
Caroço (nódulo) endurecido, fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos;
Alterações no bico do peito (mamilo);
Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
Saída espontânea de líquido de um dos mamilos;
Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
Fazer frequentemente o autoexame é uma medida muito importante, mas além dele. existem meios diagnósticos mais precisos que complementam esse cuidado, como por exemplo, a mamografia, que é capaz de detectar tumores menores.
Outro dado alarmante é que apesar da doença ter maior incidência em mulheres com idade média de 53 anos, especialistas destacam a tendência do diagnóstico cada vez mais presente em mulheres jovens, entre 30 e 49 anos, representando 30% do total de casos registrados no país.
A grande verdade é que precisamos entender o nosso papel na prevenção e no tratamento da doença, mudando hábitos e abandonando de vez o comportamento perigoso da negação, que faz com que muitas mulheres deixem de realizar exames com medo do resultado.
Chegou a hora de conversar com seu médico e criar um plano de cuidado preventivo, considerando que o envelhecimento, a genética, a reposição hormonal, histórico familiar, menopausa ou gravidez tardias e uso de anticoncepcional oral, além de sedentarismo, obesidade e álcool são fatores de riscos importantíssimos e demandam atenção.
O câncer de mama tem cura e os índices podem chegar a 90% quando a doença é identificada em seu estágio inicial.
Pense nisso, vamos contrariar as estatísticas cuidando da nossa saúde e ajudando a espalhar essa corrente pela vida.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB)
INCA Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
Estudo Ipec de 2023
Felizmente, o câncer de próstata pode ser tratado e há boas chances de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente. Por isso é importante estar bem informado sobre os possíveis fatores de risco, como o avanço da idade e o histórico familiar.
O câncer de próstata é o tipo mais comum entre homens, depois do câncer de pele não-melanoma. É uma doença silenciosa que pode levar a óbito.
No Brasil, a estimativa de novos casos é de 71.730 (2023-INCA), mas este número pode aumentar devido ao envelhecimento da população.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas, porém os mais comuns são:
Dificuldade para urinar;
Sangue na urina;
Demora em começar e/ou terminar de urinar;
Diminuição do jato de urina;
Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
O diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. Faça o exame clínico anualmente e converse com o seu médico.
Realizada anualmente no mês de novembro, a campanha Novembro Azul visa conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde dos homens, principalmente no que diz respeito à promoção do bem-estar e à prevenção contra o câncer de próstata. Segundo tipo mais comum entre a população masculina (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), o câncer de próstata deve ser responsável por 71,7 mil novos casos entre 2023 e 2025, de acordo com o último levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Para garantir o diagnóstico precoce e, consequentemente, aumentar a possibilidade de remissão da doença, os exames preventivos são essenciais. Na maioria dos casos, as chances de cura chegam a 90% - por isso, o autocuidado, a realização de exames e o acompanhamento médico periódico são indispensáveis.
A Dra. Tânia Moredo, médica coordenadora da oncologia clínica do Hospital IGESP, explica que os homens com mais de 50 anos devem obrigatoriamente procurar o médico e, caso tenham fatores de risco, é recomendado que realizem consultas já a partir dos 45 anos. “Dependendo do quadro clínico do paciente, as indicações são exame de toque retal ou de sangue e o PSA (antígeno prostático específico). Em alguns casos, o especialista pode indicar a biópsia, para retirar e analisar fragmentos da próstata”.
A médica enfatiza que, por se tratar de uma doença silenciosa, os sinais e sintomas não são claros e, quando eles começam a aparecer, infelizmente a maior parte dos tumores já está em nível avançado. “Por isso, os exames de rotina e avaliação médica periódica são tão importantes e decisivos para o cuidado da saúde e o bem-estar masculino. A saúde dos homens é um assunto muitas vezes negligenciado. Eles tendem a procurar ajuda médica com menos frequência do que as mulheres, o que pode levar a diagnósticos tardios e ao agravamento de doenças. É fundamental romper esse estigma e incentivá-los a cuidar mais de si próprios”, pontua.
Alguns sintomas que podem indicar a incidência da doença:
- Dificuldade para iniciar a micção;
- Gotejamento ou jato fino e interrompido;
- Dor e ardência ao urinar;
- Sensação de não ter esvaziado a bexiga completamente;
- Sangue na urina e no esperma;
Segundo o Inca este sinais e sintomas também podem ocorrer devido a doenças benignas da próstata, como Hiperplasia benigna da próstata, o aumento benigno da próstata, afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 ou Prostatite é uma inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias. Por isso, que ao sentir qualquer sinal, recomenda-se procurar um médico.
O tratamento indicado varia conforme o estágio da doença. As opções podem incluir intervenção cirúrgica, radioterapia, terapia hormonal e acompanhamento ativo. “O melhor tratamento é sempre a prevenção. A adoção de um estilo de vida saudável, exames de rastreamento e a conscientização são indispensáveis para prevenir e combater o câncer de próstata”, finaliza a coordenadora da oncologia clínica do Hospital IGESP.
Especialista do Hospital IGESP explica como identificar os primeiros sinais e quais os tratamentos disponíveis conforme o diagnóstico do paciente.
Todos os anos, cerca de 11 mil pessoas são diagnosticadas com leucemia no Brasil e, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registradas quase 7 mil mortes em decorrência deste tipo de câncer que atinge as células sanguíneas. No mês da campanha de conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea, denominada "Fevereiro Laranja", a hematologista do Hospital IGESP, Gabriela Aguiar Bulhões, chama a atenção para os sintomas iniciais da doença, que devem ser observados.
“A leucemia é o câncer das células sanguíneas que se inicia nos tecidos formadores de sangue, principalmente na medula óssea, mas rapidamente pode comprometer demais órgãos. A classificação das leucemias é bem complexa e compreende aspectos quanto a velocidade de duplicação de suas células, quanto o tipo de célula tumoral. Os dois grandes grupos de leucemias são a Linfocítica e a Mielocítica e quanto à rapidez de progressão da doença, são classificadas em agudas e crônicas. Leucemias agudas são mais dramáticas, por progridem rapidamente com risco de morte se o tratamento não for iniciado com brevidade, enquanto as crônicas têm evolução mais lenta e pode não precisar de tratamento imediato”, explica a hematologista.
A manifestação dos sintomas acontece de acordo com o tipo de leucemia que acomete as células brancas do sangue (leucócitos).
Como a leucemia compromete a produção do sangue, os elementos que formam as plaquetas, leucócitos e células vermelhas (eritrócitos), começam a ser afetados à medida que as células brancas tumorais se multiplicam. Apesar das células brancas estarem em grande quantidade, elas não funcionam adequadamente, e como são células de defesa, um dos primeiros sinais são infecções persistentes, febre.
À medida que a medula óssea é invadida pelas células tumorais, a produção de plaquetas e eritrócitos também é comprometida e sua fabricação diminuída. Assim, outros sinais e sintomas se referem à anemia (diminuição de eritrócitos) levando a cansaço, palidez das mucosas e pele, falta de ar e alterações cardíacas (aumento da frequência cardíaca e sopros cardíacos). A diminuição das plaquetas causa sangramentos espontâneos, pois essas células fazem parte do sistema de coagulação, assim é comum aparecerem sangramentos nas gengivas, olhos e manchas roxas pelas pele (hematomas).
“Outros sintomas que podem aparecer são inchaço nos gânglios linfáticos (linfonodos), as chamadas” ínguas”, a perda de peso sem motivo aparente e dores nos ossos e nas articulações”, afirma Dra. Gabriela.
“Além das queixas clínicas e exame físico, o médico irá solicitar exames detalhados e específicos. Hoje dispomos de inúmeros tipos de tratamento para as leucemias, além da quimioterapia”, conclui a médica do Hospital IGESP.
O transplante de medula óssea é uma das opções de tratamento da doença, entretanto, muitos pacientes morrem antes de localizarmos um doador compatível. A doação de medula é um procedimento relativamente simples pelo benefício que apresenta ao paciente, pois aumenta em muito as chances de cura da doença.
Doação de medula óssea
Para ser um doador voluntário de medula óssea é preciso ir ao hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) e coletar uma amostra de sangue para exame de tipagem HLA. Além disso, é necessário:
Ter entre 18 e 35 anos de idade;
Um documento de identificação oficial com foto;
Estar em bom estado geral de saúde;
Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea.
Vale lembrar que o REDOME pertence ao Ministério da Saúde e hoje tem mais de 5 milhões de doadores cadastrados, sendo considerado o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo.
Quando se trata de câncer, muitos mitos são transmitidos por amigos e familiares bem-intencionados. Esses mitos, muitas vezes, acabam causando mais estresse para os pacientes do que eles já estavam enfrentando. Como entender seu diagnóstico é uma parte essencial do avanço com seu plano de tratamento. Aqui estão 10 mitos sobre o câncer, desmascarados.
1. Fazer biópsia faz o câncer se espalhar
A biópsia não faz o câncer se espalhar. Ela é realizada para coletar uma amostra de tecido suspeito para ser analisada em um laboratório, a fim de determinar se é canceroso ou não. É importante que sejam tomadas medidas prévias para minimizar o risco de disseminação, como o uso de técnicas cirúrgicas adequadas e evitar a remoção de muito tecido doado.
2. Comer açúcar faz o câncer crescer
Comer um biscoito ou um pedaço de bolo não agrava seu câncer. Comer açúcar sozinho não causa câncer, mas pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, tais como diabetes e obesidade, que podem aumentar o risco de desenvolver alguns tipos de câncer. Ter câncer não significa que você precisa perder os pequenos prazeres de que gosta. Entretanto, é importante equilibrar a dieta, e não apenas evitar o consumo de açúcar, já que uma dieta equilibrada e saudável é importante para manter um bom estado de saúde e prevenir doenças crônicas.
3. Precisa de cirurgia se o tumor do câncer for sólido
A cirurgia é uma das formas de tratamento do câncer e é comumente utilizada para remover tumores sólidos. No entanto, a decisão de realizar a cirurgia depende de muitos fatores, incluindo o tipo de câncer, o tamanho e a localização do tumor, as condições gerais do paciente e se o câncer já se espalhou para outras áreas do corpo.
4. Quem é mais claro tem mais chance de ter câncer de pele
A incidência de câncer de pele é geralmente maior em pessoas com pele clara, têm cabelos loiros ou ruivos e olhos claros. Isso ocorre porque a pele clara tem menos melanina, um pigmento que ajuda a proteger a pele dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta (UV) do sol. Todavia, pessoas com pele escura também podem ter câncer de pele, e recomenda-se a proteção ao sol.
5. Um caroço na mama é sempre câncer de mama
Encontrar um nódulo na mama não significa que você tenha câncer de mama, mas deve ser examinado por um médico. Nunca deve ser ignorado!
6. A quimioterapia é dolorosa
Não! A quimioterapia pode causar alguns efeitos colaterais desconfortáveis, mas geralmente não é dolorosa. Os efeitos colaterais da quimioterapia podem incluem cansaço, náusea, vômito, perda de cabelo, alterações no paladar, dor de cabeça, dores musculares e dores nas articulações. No entanto, esses efeitos colaterais geralmente desaparecem após a quimioterapia e os médicos geralmente prescrevem medicamentos para aliviar esses sintomas.
7. Grávidas não podem fazer tratamento contra o câncer
Grávidas podem fazer tratamento contra o câncer, mas o plano de tratamento precisa ser adaptado com cuidado para evitar possíveis efeitos colaterais ao bebê. Poderá ser submetida à cirurgia, e a alguns tipos de quimioterapia durante a gestação sem afetar o bebê. O planejamento e acompanhamento das mulheres nesta situação é mais complexo e requer obstetra e oncologista monitorando mãe e bebê com frequência, pois terão que ser salvas 2 vidas.
8. O cabelo nunca mais crescerá após a quimioterapia
O cabelo geralmente começa a crescer de volta após o tratamento. A textura e cor do cabelo pode ser diferente do que era antes, mas geralmente volta ao normal com o tempo. Isso varia de pessoa a pessoa, alguns recuperam completamente e outros podem ter dificuldade no regresso do cabelo.
9. O câncer sempre vai voltar
Não. Em estágios precoces, ou seja, no início da doença, as chances de o câncer voltar são menos prováveis. O câncer pode retornar após o tratamento, conhecido como recidiva. Isso pode ocorrer porque algumas células tumorais podem ter sobrevivido ao tratamento inicial e se desenvolvido novamente. O risco de recidiva varia dependendo do tipo de câncer, do estágio em que foi detectado e tratado, e da eficácia do tratamento inicial. A maioria dos pacientes com câncer não tem recidiva, mas alguns pacientes podem desenvolver câncer novamente após um período.
10. Oncologistas não querem pacientes tentando tratamentos alternativos?
É importante que você exponha suas preocupações e perguntas ao seu oncologista e discuta com ele qual é a melhor abordagem para o seu tratamento. Se você estiver interessado em algum tipo de terapia alternativa, é importante discutir essa opção com seu médico antes de começar qualquer tratamento, a fim de avaliar se é seguro e adequado para você.
Muitos tratamentos complementares podem ajudar o paciente a suportar melhor a quimioterapia, como exercícios físicos adequados, dieta adequada e sono tranquilo.
No entanto, alguns tratamentos alternativos podem incluir ervas ou substâncias químicas que podem interferir no tratamento ou até intoxicar os órgãos dos pacientes.
Por Dra. Tânia Moredo, coordenadora do serviço de Oncologia do Hospital IGESP.
Dr. Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do Núcleo de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (MoDiNe) do Hospital IGESP, também presidente da Sociedade Brasileira De Motilidade Digestiva, falou à BBC News Brasil sobre a importância do exame de colonoscopia para o diagnóstico precoce do câncer de intestino.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens (atrás apenas do câncer de pele não-melamona). Ele se caracteriza pelo crescimento descontrolado de células anormais que formam tumores.
No Brasil, estima-se 70 mil novos casos por ano e este número pode aumentar devido ao envelhecimento da população.
É um câncer silencioso que pode levar a óbito se não diagnosticado precocemente e tratado corretamente.
O que é a próstata?
É uma glângula do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e embaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina).
Fatores de risco
Obesidade: Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata.
Idade: A próstata apresenta um aumento natural com o passar da idade em quase todos os homens, e tanto a incidência de câncer quanto a mortalidade aumentam signitivamente após os 50 anos.
Histórico familiar: Homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos possuem maior risco de apresentarem a doença.
É importante observar também outros fatores como os ambientais (poluição e exposição a substâncias químicas) e agentes infecciosos (casos de histórico de doenças sexualmente transmissíveis).
Converse com o seu médico.
Sinais e sintomas
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas, porém os mais comuns são:
Dificuldade e demora em começar/terminar de urinar;
Sangue na urina;
Diminuição do jato de urina;
Necessidade de urinar mais vezes durante o dia/noite.
Obs.: Esses sinais não são exclusivos do câncer de próstata e podem surgir em doenças benignas do trato genital e urinário do homem.
Sobre o diagnóstico
O diagnóstico do câncer de próstata é feito com a combinação dos exames de toque e sangue (PSA), além de exames de imagens e biópsia.
Toque retal: O exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). Apesar de alguns homens terem enorme resistência em realizar, o exame é rápido e indolor.
Dosagem de PSA: Exame de sangue que avalia a quantidade de antígeno prostático específico, uma proteína dosada no sangue, cujos valores alterados se correlacionam com condições benignas ou malignas da próstata.
Como prevenir?
Consultar seu médico regularmente;
Ter uma alimentação balanceada;
Manter o peso corporal adequado;
Praticar atividade física;
Evitar bebidas alcoólicas;
Não fumar.
#JuntosSomosMaisFortes
Fonte: INCA (Instituto Nacional de Câncer) e Drª Tânia de Fátima Moredo (Oncologista do Hospital IGESP)
Muito além do câncer de mama, o Outubro Rosa inspira cuidados com a saúde da mulher como um todo. Mapear e controlar fatores de risco e estimular a prevenção de doenças com hábitos saudáveis, melhoram o bem-estar e a qualidade de vida.
Conhecer o seu corpo e estar atenta às mudanças que acontecem no organismo, podem salvar vidas, como é o caso do câncer de mama que na maioria das vezes, é descoberto pelas próprias mulheres e quanto mais cedo for diagnosticado, maiores as chances de cura.
A campanha Março Azul-Marinho tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e dos cuidados com o câncer colorretal. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a doença atinge 40 mil pessoas por ano no Brasil. Entretanto, uma pesquisa feita em 2021, pela farmacêutica Bayer em parceria com a consultoria IQVIA, com 80 médicos oncologistas e 401 pessoas, evidencia que ainda há muita falta de conhecimento por parte da população sobre essa neoplasia.
Esse tipo de câncer atinge as células do intestino grosso e pode ser especificado também como câncer de cólon ou de reto. Essa doença atinge mulheres e homens na mesma proporção, sendo a segunda causa de neoplasia maligna em ambos os grupos no Brasil. Em crianças, é uma doença rara, sendo presente apenas em casos de síndromes hereditárias, como a polipose adenomatosa familiar, por exemplo.
Sintomas
No início, a doença pode ser silenciosa e não apresentar sinais. Porém, há casos em que os seguintes sintomas são frequentes, persistentes e sem causa aparente: alteração do hábito intestinal, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes; sensação de nunca estar com o intestino vazio e sempre necessitando evacuar mais; sangramento nas fezes, com sangue vermelho brilhante; fezes muito escuras ou pretas; cólicas ou dor abdominal persistente; fraqueza e fadiga; perda de peso; e anemia.
Diagnóstico
O câncer colorretal costuma formar ulceração no intestino que sangra. Esse sangue pode ser detectado em um exame chamado pesquisa de sangue oculto nas fezes, que pode identificar sangramento no intestino e sugerir uma doença inflamatória ou uma neoplasia maligna. Entretanto, esse exame não é específico para diagnóstico de câncer de intestino, pois, mesmo durante uma disenteria, pode haver sangue nas fezes.
Para confirmar a doença, são feitos em conjunto o exame físico, a colonoscopia e a biópsia. Como parte do exame físico, o médico apalpa o abdômen em busca de massas ou órgãos aumentados e, se necessário, realiza o exame de toque retal. Já a colonoscopia é o exame do intestino grosso. É usado um instrumento chamado colonoscópio, que possui o formato de um tubo fino. Com luz, câmera, lentes e pinças, ele é capaz de visualizar a parte interna do intestino, permitindo realizar procedimentos como biópsia e cauterização de lesões.
Por fim, a biópsia é o exame definitivo para diagnóstico do câncer colorretal. Durante esse procedimento, o médico remove um pequeno pedaço do intestino com lesão suspeita e o envia para um laboratório de anatomia patológica, onde o patologista firma o diagnóstico de câncer ou o exclui.
Fatores de risco e prevenção
Existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Os modificáveis são: tabagismo, obesidade e sobrepeso, inatividade física, dieta pobre em fibra e grãos e com muita gordura, carnes vermelhas e processadas (como salsicha e salame, por exemplo), além de ingestão de bebidas alcoólicas.
Os não modificáveis são: histórico familiar de câncer colorretal, alguma síndrome genética com predisposição a doença (como Síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar), pólipos adenomatosos no intestino, idade acima dos 50 anos (e quanto mais velho, maior o risco) e doença inflamatória intestinal (como retocolite ulcerativa e Doença de Crohn).
Quase sempre o câncer colorretal se inicia com um pequeno pólipo no intestino. Por isso, como medida preventiva é importante realizar a consulta médica periódica.
Tratamento
O planejamento do tratamento depende de quão avançada está a doença. Após o diagnóstico, o médico pede exames complementares para saber o estadiamento da doença. Com isso, o especialista classifica de zero (0) a 4 (IV), sendo zero uma doença inicial e quatro quando está disseminada em outros órgãos.
Em casos de doença inicial, o tratamento pode ser feito pela remoção cirúrgica do segmento intestinal comprometido e, algumas vezes, com a própria colonoscopia, sem a necessidade de cirurgia. Nos demais estágios, sempre que possível, será realizada a cirurgia. A quimioterapia será indicada de acordo com critérios mais complexos: algumas vezes para prevenir a volta da doença, e em outros casos para tratar a doença disseminada. No câncer de reto, é frequente o uso da radioterapia, antes ou após a cirurgia, além da quimioterapia.
Por Dra. Tânia Moredo, coordenadora do serviço de Oncologia do Hospital IGESP.
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical uterino, assim como os outros tipos de cânceres, é uma doença caracterizada por apresentar células que se multiplicam e crescem de forma descontrolada, sem respeitar células vizinhas.
Localizado na região pélvica das mulheres, o útero é dividido em três partes: trompas uterinas, corpo do útero e colo do útero. Similarmente, sua aparência lembra uma pera, com a parte mais estreita, o colo do útero, para baixo. Essa região tem a importante função de criar uma barreira para infecções e proteger o bebê em mulheres grávidas. Pois mantém o corpo do útero fechado até o momento do nascimento da criança. Quando a mulher ovula, a trompa uterina é o meio pelo qual o óvulo alcança o corpo do útero, que é revestido internamente pelo endométrio, tecido responsável pelo sangramento menstrual das mulheres em período fértil, e quando não estão grávidas.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer- Brasil), em 2020 foram diagnosticados 16.710 casos de câncer de colo uterino, representando 7,5% de todos os cânceres em mulheres. O número de óbitos pela doença foi de 6.596 em 2019. Em 2020, 604.127 mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo uterino no mundo e, infelizmente, 341.831 mulheres morreram desta doença neste mesmo ano.
Quais são os fatores de risco do câncer de colo do útero?
É importante saber que um fator de risco não determina o câncer isoladamente, mas aumenta as chances de uma pessoa ficar doente.
HPV (Papilomavírus Humano)
Em suma, quase todos os cânceres do colo de útero são causados pela infecção persistente do vírus HPV (Papilomavírus Humano). De fato, existem muitos subtipos de HPV. Felizmente a maioria não causa câncer. Eles infectam a pele e as mucosas (membrana umidificada que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior), causando verrugas.
Desse modo, quando um vírus causa câncer, é chamado oncogênico. Pelo menos 13 subtipos de HPV são considerados oncogênicos, todavia, 70% dos casos de câncer de colo uterino são causados pelos subtipos 16 e 18, transmitidos de uma pessoa para outra durante o sexo.
A infecção crônica por vírus oncogênicos leva a transformação maligna das células normais do colo uterino, dando origem ao câncer.
Além disso, o HPV é tão comum que a maioria das pessoas o contrai em algum momento de suas vidas. Geralmente sem causar sintomas, e na maioria das mulheres, o HPV desaparecerá por conta própria; no entanto, se isso não acontecer, há uma chance de que, com o tempo, possa causar câncer do colo do útero.
Relações sexuais
Inegavelmente, há vários fatores relacionados ao seu histórico sexual podem aumentar o risco de câncer do colo do útero. O risco é provavelmente afetado pelo aumento das chances de exposição ao HPV, como:
– Tornar-se sexualmente ativo em uma idade jovem, especialmente com menos de 18 anos;
– Ter muitos parceiros sexuais e;
– Ter um parceiro considerado de alto risco, que está infectado por HPV ou que tenha muitos parceiros sexuais.
Tabagismo
Certamente, o cigarro possui dezenas de substâncias que causam câncer, e, portanto, fumar também aumenta o risco de câncer de colo de útero.
Vírus da imunodeficiência humana (HIV)
O HIV, que causa a AIDS, diminui a imunidade do indivíduo e, consequentemente, aumenta o risco de alguns tipos de cânceres, como o do colo uterino.
Anticoncepcionais orais
A princípio, há evidências de que tomar anticoncepcionais orais por muito tempo aumenta o risco de câncer do colo do útero. Quanto mais anos utilizando anticoncepcionais orais, maior o risco. O risco diminui quando o uso é descontinuado, após alguns anos.
Existe vacina contra HPV?
Sim, atualmente existem duas vacinas contra HPV, aprovadas pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – que são comercializadas. A Quadrivalente, criada pela empresa Merck Sharp & Dohme, comercializada como Gardasil, protege contra HPV 6, 11,16 e 18, e a Bivalente, da empresa GlaxoSmithKline, comercializada como Cervarix, que confere proteção contra HPV 16 e 18.
Em 2014, o Ministério da Saúde iniciou a implementação da vacinação gratuita contra o HPV em meninas de 9 a 13 anos, com a vacina Gardasil. Essa faixa etária foi definida por ser a que mais apresenta grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.
Em meados de 2017, a vacinação foi ampliada para até 14 anos e iniciada para o público masculino, de 11 a 14 anos e de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids, além de indivíduos submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos. Em 2021 mulheres com o sistema imunológico enfraquecido, de 26 a 45 anos, foram incluídas no programa de vacinação.
Como prevenir o câncer de colo do útero?
Diminuir os fatores de risco, como a exposição ao HPV;
Vacinação contra HPV;
Realização de exames preventivos ginecológicos, incluindo o exame de Papanicolaou e Captura Híbrida de HPV de colo uterino e tratar as lesões pré-cancerosas do colo uterino.
Sintomas do câncer de colo do útero
Os principais sintomas que, normalmente, aparecem quando a doença está em estágio avançado são, corrimento vaginal, secreção de odor forte e cor intensa, com sangue e dor. Em casos ainda mais avançados, pode incluir dor pélvica, dor ao se relacionar sexualmente, urina ou fezes com sangue e dificuldade para evacuar ou urinar, e inchaço nas pernas.
Esses sintomas podem ser causados por outras doenças, é importante consultar o médico para esclarecê-los.
Detecção precoce
Em primeiro lugar, é importante diagnosticar a doença mesmo antes dela apresentar sintomas. Quanto mais precoce, maiores as chances de cura.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), recomenda iniciar o rastreamento da doença em mulheres a partir do início da atividade sexual ou na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram relação sexual. Para isso, é importante realizar consultas periódicas ao ginecologista para análise do histórico médico e a realização de exames.
O Papanicolaou (citologia oncótica do colo uterino) e o exame chamado de Captura Híbrida de HPV, que investiga a existência do vírus HPV, são os principais exames solicitados para o diagnóstico. Além deles, outros exames de imagem complementares podem ser solicitados, como o ultrassom pélvico, tomografia ou ressonância pélvica e a colposcopia.
Estadiamento da Doença
Assim que, confirmado o diagnóstico, o médico irá realizar exames complementares para avaliar a extensão da enfermidade, chamado de estadiamento da doença.
São pedidos exames de imagem como raio-X ou tomografia de tórax, ultrassom, tomografia ou ressonância magnética de abdômen e pelve. E exames mais complexos como a cistoscopia (exame da bexiga) e proctoscopia (examina o reto) que são realizados sob sedação.
FIGO I: Doença localizada apenas no colo uterino. O câncer não se espalhou para os linfonodos próximos ou locais distantes.
FIGO II: O câncer cresceu além do colo do útero, mas não se espalhou para as paredes da pelve ou parte inferior da vagina, para os linfonodos próximos ou locais distantes.
FIGO III: O câncer se espalhou para linfonodos pélvicos próximos ou linfonodos para-aórticos, mas não se espalhou para locais distantes.
FIGO IV: O câncer se espalhou para órgãos distantes como bexiga, reto, pulmões, fígado, osso, entre outros.
Tratamento
Em resumo, o tratamento depende do estadiamento da doença.
Em outras palavras, se a doença estiver localizada e em estágio inicial, o profissional médico pode recomendar apenas a cirurgia, sem a necessidade da remoção completa do colo de útero.
Todavia, em tumores maiores, serão necessárias cirurgias mais complexas, como a retirada do útero, anexos e linfonodo.
Se o tumor não for ressecável com a cirurgia, ou seja, se não puder ser retirado por completo em um primeiro planejamento, serão realizados tratamentos antes da cirurgia, como a quimioterapia e radioterapia, para tornar o tumor ressecável. Muitas vezes, após a cirurgia, estes tratamentos podem ser mantidos durante um período.
Por Dra. Tânia Moredo, coordenadora do serviço de Oncologia do Hospital IGESP.
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